
Após determinação do Ministério da Saúde argentino, o Programa de Atención Médica Integral (Programa de Atenção Médica Integral, em tradução livre) começou realizar atendimentos psicológicos por telefone. O diretor nacional de Saúde Mental e Vícios do Ministério da Saúde, Hugo Barrionuevo, afirma que medida é para evitar “recaídas” e para “apoiar as pessoas neste contexto de emergência”.
Diante da crise epidêmica causada pelo coronavírus ‘Sars-CoV-2’ e isolamento social decretado pelo governo, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou que a quarentena obrigatória no país, iniciada no dia 20 de março, se estenderá até 13 de abril. O país tem 820 casos de infecção por coronavírus e 22 mortes.
Saúde mental
Na quinta-feira (19), no mesmo dia em que Fernández anunciou a quarentena, Hector Hugo Barrionuevo, assinou um documento sobre as recomendações para a continuidade de tratamentos e para novos casos que surjam durante a quarentena.
No texto, ele afirma que diante da emergência sanitária e da necessidade de uma resposta rápida na área de saúde, recomenda-se o uso dos meios (telefone, por exemplo). A medida serve para que sejam evitadas “recaídas” e que se possa “apoiar as pessoas neste contexto de emergência”.
Barrionuevo afirma que a assistência deve ser dada “a todas as pessoas que estão em isolamento e que precisem de alguma forma de contenção”. E reconhece que as medidas administrativas de praxe devem ser flexíveis porque trata-se de uma situação inesperada. Além disso, ele afirma que são tempos de “colaboração e articulação social entre as pessoas” e “cuidar-se e cuidar aos demais”.
Ajuda por telefone
Para ampliar a atenção aos que se sentem sozinhos na quarentena, o PAMI convocou voluntários que queiram, após treinamento, telefonar para estas pessoas, como contou o professor de psicologia da terceira idade, Ricardo Iacub, da Universidade de Buenos Aires (UBA) e que é um dos gerentes do PAMI, em entrevista pelo telefone.
“Muita gente se sente sozinha e só quer conversar. Por isso, assim que a quarentena foi anunciada começamos a fazer essa convocação pública. Cinco dias depois, temos mais de 7,5 mil voluntários. É uma rede de solidariedade”, disse Iacub.
Para ele, o maior perigo hoje é o novo coronavírus, mas a solidão, enfatizou, também é um risco. “As pessoas que estão sozinhas podem ter problemas de saúde, como de coração, Alzheimer, maior deterioro cognitivo, e acabam indo mais ao médico, como apontam estudos internacionais. Podemos ajudar estas pessoas na quarentena”, disse o professor. Neste caso, os interessados têm a opção de dizer, por exemplo, no portal do PAMI que querem a ajuda e que lhe telefonem.
Com informações da BBC.