A moda não é apenas uma expressão estética cotidiana. Por meio dela, transformações reais podem acontecer. Esse é o pensamento que permeia o projeto Arte, Cultura e Costura. Organizado pelo Instituto Tomie Ohtake e contemplado com o Selo Municipal de Direitos Humanos e Diversidade 2020 de São Paulo, o projeto, que encerra em sua terceira edição esta semana, trabalha com mulheres cis e trans.
No encerramento, um seminário virtual gratuito e aberto ao público contará com a participação de grandes nomes da moda. Os encontros acontecem nesta segunda-feira (7) e terça-feira (8), das 19h às 21h. Para participar basta se inscrever aqui.
Arte e educação
O seminário desta segunda-feira (7), terá como tema “Arte e Educação”. E contará com a participação da designer e antropóloga Helena Kussik, o jovem estilista baiano Isaac Silva, o estilista e designer Jum Nakao, e a estilista mineira Raquell Guimarães. Além da participação especial do professor especialista em história da arte, Lorenzo Merlino.
Já na terça-feira (8), o debate navega pela temática “Cultura e Empreendedorismo” e conta com a participação da designer de moda Vívian Ramos; a especialista em negócios da moda e criadora do Concurso Internacional de Moda Inclusiva, Daniela Auler; o estilista paulistano Emerson Brandão Figueiredo; a consultora e mentora sobre inclusão Maite Schneider; e a participação especial da designer de moda e consultora de imagem e estilo Michelle Simões, também criadora do projeto “Meu Corpo é Real”.
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Moda para transformar vidas
Uma das atividades mais importantes do evento em 2021 contou com a participação de 70 mulheres em situação de vulnerabilidade social, abrigadas em quatro centros especiais de acolhida em São Paulo. Elas participaram de um curso com aulas on-line durante de 3 meses.
Todas as mulheres envolvidas receberam kits individuais com materiais de costura e bordados para cada técnica apresentada durante as aulas. Assim, podem continuar os estudos após os encontros.
Além disso, as participantes também puderam acessar atividades culturais remotas em instituições parceiras, como Japan House, Museu do Futebol, Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Museu da Imigração e SESC Pinheiros, além do próprio Instituto Tomie Ohtake.
Faça em Casa!
Durante o mês de maio o projeto ainda lançou os primeiros de 4 episódios da série Faça em Casa!, disponível nas mídias sociais e no site do Instituto Tomie Ohtake. Os vídeos são produzidos por especialistas no contexto DIY (do it yourself – faça você mesma), e mostram o passo a passo de produções de peças em moda, estamparia e customização.
Arte de empreender para libertar
Maite Schneider, cofundadora da TransEmpregos e uma das convidadas do projeto, entende que o ato de empreender está ligado a muito mais que crescimento financeiro.
“Empreender sempre esteve relacionado com sobrevivência em minha vida. Mas hoje, quando vejo o caminho construído e outros em construção, percebo que é mais do que isso. Empreender para mim, seja no que for, é ser água para que as pessoas possam brotar suas melhores sementes.”
Maite Schneider
Arte, moda e populações vulneráveis
Ao término do seminário ocorre o lançamento de um minidocumentário com reflexões socioculturais sobre arte, moda e populações em vulnerabilidades, além de imagens e ilustrações dos processos de criação e registros de produção ao longo das ações do projeto.
No dia 15 de junho será lançado o último vídeo da série Faça em Casa!, junto com uma publicação com textos das professoras e convidadas do projeto.
Com informações de Catraca Livre