O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que não pretende dar sequência ao “superpedido de impeachment” contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), pelo mesmo motivo pelo qual não encaminhou os demais, uma suposta falta de materialidade de crimes praticados pelo mandatário.
“O que houve nesse superpedido? Uma compilação de tudo o que já existia nos outros e esses depoimentos. Depoimentos quem tem que apurar é a CPI. É para isso que ela existe. Então ao final dela a gente se posiciona aqui, porque na realidade o impeachment como ação política a gente não faz com discurso, a gente faz com materialidade”.
Arthur Lira
A declaração foi feita horas após a apresentação do chamado superdido de impeachment. Lira sinalizou que, por enquanto, não vai dar sequência ao processo e que uma ação do tipo exige materialidade. O presidente da Câmara foi questionado sobre se rejeitaria ou analisaria o pedido apresentado nesta quarta. “Não será feito agora, né. Tem que esperar.”
OAB analisa fazer nova denúncia
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, convocou os 81 membros do Conselho Nacional da entidade para uma sessão extraordinária, agendada para o próximo dia 20, para discutir a abertura de processo de impeachment do presidente Bolsonaro. De acordo com o presidente nacional da OAB, a entidade nunca se ausentou em defender a democracia e a vida.
“Os fatos recentes, desvendados pela CPI no Senado, colocam ainda mais luz sobre a responsabilidade clara do governo federal com relação à tragédia que vivemos. Nosso direito constitucional básico – o direto à vida – está sob séria ameaça. Portanto, não é mais possível adiar o debate sobre a possível apresentação, por parte da nossa entidade, do pedido de impeachmente do presidente.”
Felipe Santa Cruz
Superpedido foi entregue a Lira na quarta-feira
Representantes de diversos partidos, parlamentares, lideranças sociais, coletivos e movimentos populares apresentaram nesta quarta-feira (30) um novo pedido de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Na petição, são renovados os fundamentos apresentados em 122 (cento e vinte e dois) denúncias anteriores e acrescentados elementos relativos à condução desastrosa do governo federal diante da pandemia da covid-19, causadora de mais de 500 mil mortes até o momento, ao escândalo da prevaricação diante das denúncias de aquisição fraudulenta da vacina Covaxin e aos mais recentes atos oficiais e declarações públicas geradoras de instabilidade institucional.
Com informações da Folha de S.Paulo e Revista Fórum