
Determinado a criar o Auxílio Brasil, um programa social de cunho eleitoral, sem a realização de estudos para o combate à fome e à pobreza, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) estuda antecipar a revisão do teto de gastos, prevista para acontecer em 2026.
É o que afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quarta-feira (20), que falou em “licença para gastar”.
O objetivo é encontrar recursos para pagar os R$ 400 mensais prometidos pelo governo, que quer descolar o Bolsa Família do ex-presidente Lula e tentar faturar nas eleições de 2022.
“Estávamos estudando sincronização de despesas, antecipando revisão do teto de 2026. Ou poderíamos pedir um waiver (renúncia), uma licença para gastar com camada temporária de proteção”, disse sem dar detalhes.
O ministro disse que o governo tem uma “série de restrições” para impedir o crescimento dos gastos. Paulo Guedes disse ainda que existem “disputas naturais internas”.
“Tem gente com olhar mais político, quer gastar um pouco mais, é natural. É natural que tenha uma turma com olhar econômico, mais rígido”, disse amenizando o racha dentro do governo em torno do programa.
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Para Guedes, a arrecadação de tributos está R$ 200 bilhões acima do previsto permitiria ao governo “gastar um pouco mais”. “O importante é que o déficit primário continua caindo”, acredita.
Guedes disse ainda que o Auxílio Brasil de R$ 400, anunciado pelo governo nesta quarta-feira, 20, é um “protótipo” do que seria o programa de renda básica que vinha sendo desenvolvido pela equipe econômica.
“Temos protótipo do que seria a renda básica familiar. Não tem fonte para programa permanente, então uma parte é transitória. Estávamos contando com a reforma do Imposto de Renda, mas não progrediu no Senado. Ficamos sem fonte”, completou.
Guedes participou do Fórum Incorpora 2021, da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). A fala do ministro estava prevista para ocorrer presencialmente, em São Paulo, mas, em meio às negociações do novo Auxílio Brasil, Guedes ficou em Brasília e participou remotamente.
Segundo o ministro, o programa passará dos 14 milhões de pessoas contempladas pelo Bolsa Família para 17 milhões e terá uma “fase transitória”.
Com informações do Estadão