Em seu relatório semestral sobre América Latina e Caribe, o Banco Mundial expôs as tendências econômicas para o continente. Contudo, também fez projeções individualizadas sobre cada um dos países da região.
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Para o Brasil, a instituição projeta uma queda de 5% no PIB e afirma que o tamanho do “rombo” dependerá de medidas de governo para contornar a crise sanitária e econômica instalada no país.
A explosão da crise no Brasil
O ano de 2020 trouxe não só o covid-19 e seus efeitos econômicos para todo o mundo. O relatório também ressalta a queda do preço do petróleo, que teve forte impacto no Brasil. A venda de bilhões de dólares da reserva internacional, ou a queima de reservas cambiais, como foi vista no Brasil, não impediu a desvalorização do real frente ao dólar. O dinheiro brasileiro perdeu um quinto do seu valor e, como reação, o governo promoveu cortes na taxa básica de juros.
Com a chegada da pandemia no Brasil, por volta de março, amplos setores da sociedade se mobilizaram para exigir do governo uma resposta à crise. Isso culminou em um pacote de ajuda aos bancos, aos grandes empresários e o auxílio emergencial.
Como resultado imediato, “houve um aumento significativo do déficit primário e em níveis mais altos de dívida pública”, diz o relatório.
Projeções futuras
A instituição aponta que o PIB brasileiro deve sofrer uma contração de ao menos 5% esse ano. As causas são a baixa demanda externa pelos produtos brasileiros, a interrupção das atividades econômicas no período da crise sanitária e o baixo preço do petróleo, que o País exporta sem beneficiamento. Já as consequências são menos previsíveis; porém, há uma tendência de redução do consumo, diminuição da produtividade do trabalho e aumento do desemprego. O que implicará na desaceleração do combate à pobreza e desigualdade.
O papel do País na ordem mundial, que vem sendo de exportador de commodities da agropecuária e mineração, poderá levar “a uma queda significativa nos níveis de investimento” no Brasil.
As recomendações para superar a crise perpassam por incentivos governamentais de diversos tipos, como o afrouxamento monetário, monetarização de bancos, aumento de reservas e apoio às pequenas e médias empresas.
Contudo, a crise política no País aumenta as incertezas da condução da economia. O que gera ainda mais riscos à retomada do crescimento econômico no Brasil. O relatório mostra que há uma tendência de que “a implementação inadequada das políticas em resposta à crise pode deixar de mitigar os impactos nos índices de pobreza e desigualdade, possivelmente alimentando o descontentamento social”.
Os números da crise
O Banco Mundial projeta que o PIB do Brasil se comportará da seguinte forma nos próximos anos: -5% em 2020; 1,5% em 2021 e 2,3% em 2022. Apesar da visão otimista, há um alerta sobre os números: o baixo crescimento não possibilitará uma efetiva redução da pobreza. E o fim dela será ainda mais difícil com a crise econômica.
Com informações do Reconta Aí.