O presidente Jair Bolsonaro ampliou o processo de fritura da secretária especial da Cultura, Regina Duarte, ao interferir novamente em nomeações da pasta. Porém, após repercussão negativa, ele recuou de uma delas, mas ainda assim devolveu à presidência da Funarte ao maestro Dante Henrique Mantovani.
Mantovani havia sido exonerado por Regina em março, logo após sua posse. Antes, ele havia associado o rock ao satanismo e ao aborto.
Com essa decisão, Bolsonaro quer manter a força da ala ideológica no governo e, consequentemente, a militância bolsonarista aguerrida nas redes sociais, considerados os “mais fiéis”.
Segundo registro da Folha na semana passada, Bolsonaro deu aval para aliados criticarem publicamente Regina ao reclamar do distanciamento da ministra, numa provável tentativa de forçar a atriz a deixar o cargo.
Estratégia de desgaste não é incomum no governo Bolsonaro, que já fez esse processo de com diversos ex-aliados, como os ex-ministros Gustavo Bebianno, Sergio Moro e Ricardo Vélez.
Do lado de Regina, alguns aliados tentam minimizar a crise e dizem que ela não foi pega de surpresa com mudanças na Funarte, mas sim avisada desde a semana passada.