
Para garantir o pagamento do orçamento secreto ao centrão, Jair Bolsonaro (PL) cortou investimentos em áreas fundamentais, como educação. Em seu último ano de mandato, Bolsonaro levou os investimentos ao menor nível da história, que foi reduzido em R$ 42,3 bilhões, para tentar faturar com programas de cunho claramente eleitoral.
Bolsonaro, no entanto, deu aval para entregar R$ 16,48 bilhões em emendas para parlamentares de sua base, por meio do orçamento secreto aprovado pelo Congresso, as chamadas emendas de relator, distribuídas com pouca transparência e que foi alvo de contestação no Supremo Tribunal Federal (STF).
No total, os parlamentares têm poder sobre R$ 35,6 bilhões do orçamento em 2022, somando todos os tipos de emendas, como as emendas indicadas individualmente por cada deputado e senador, pelas bancadas estaduais e pelas comissões.
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A distribuição dos recursos passa pelo crivo da Casa Civil, que tem Ciro Nogueira, forte liderança do centrão como ministro. O bloco também comanda a Câmara, presidida por Arthur Lira (PP-AL).
Bolsonaro também preservou o fundo eleitoral estratosférico de R$ 4,96 para bancar as campanhas eleitorais.
Para a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), os vetos de Bolsonaro ao orçamento mostram os interesses eleitoreiros do atual ocupante do Palácio do Planalto.
Para se ter uma ideia, o fundão eleitoral destinou R$ 1,7 bilhão para a eleição de 2018 e R$ 2 bilhões em 2020.
Para 20221, os partidos políticos terão mais do que o dobro dos valores destinados nas últimas eleições para financiar os candidatos este ano.
Do total de investimentos previstos para 2022, 40% será controlado pelo Congresso Nacional.
Os ministérios que terão mais dinheiro para investir serão Defesa (R$ 8,8 bilhões), estratégico para Bolsonaro, e do Desenvolvimento Regional (R$ 7,5 bilhões), irrigado com emendas do orçamento secreto.
Para a Educação, o valor destinado é menos da metade do que foi reservado para a Defesa – R$ 3,4 bilhões. A Saúde também está longe das prioridades do governo e tem previsto R$ 4,6 bilhões. Para Infraestrutura foram destinados R$ 6,5 bilhões.
Com informações do Estadão