
A média de gastos da Presidência da República com cartão corporativo segue alta no governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e ultrapassa a média mensal de Michel Temer (MDB), aponta reportagem de Gustavo Uribe e Thiago Resende publicada na Folha de S. Paulo.
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Até novembro deste ano, fatura mais recente divulgada pelo Portal da Transparência, a média foi de R$ 672,1 mil por mês, o que representa uma alta de 51,7% em relação ao governo do emedebista. Em relação à administração da Dilma Rousseff (PT), a despesa foi 2,6% menor.
Por mês, Dilma teve uma média de gastos de R$ 690,2 mil, enquanto Temer despendeu R$ 442,9 mil. Os valores foram corrigidos pela inflação do período.
No total, Bolsonaro desembolsou mais no cartão corporativo do que no ano passado. O presidente gastou R$ 7,86 milhões, contra R$ 7,6 milhões em 2019, seu primeiro ano de mandato.
Após polêmica em fevereiro, com alta de R$1,9 milhão no cartão corporativo, Bolsonaro recuou nos gastos, atingindo sua menor taxa em julho, quando foi diagnosticado com Covid-19. As faturas, no entanto, mostram que houve um crescimento das despesas vinculadas ao gabinete do presidente e a funcionários do Palácio do Planalto a partir de agosto.
O aumento coincide com o início de estratégia do presidente de intensificar a agenda de viagens pelo país na tentativa de evitar nova queda em seus índices de popularidade. Só em agosto, como mostra a agenda oficial, Bolsonaro fez dez viagens, o maior número de deslocamentos no ano.
Ele desembarcou em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Pará, Sergipe e Rio Grande do Norte. Nos meses seguintes, Bolsonaro fez uma média de sete viagens mensais.
Com informações da Folha de S. Paulo