O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou nesta terça-feira (7) que testou positivo para a covid-19. A confirmação chega depois de Bolsonaro dizer a apoiadores que estava com febre e dores no corpo nessa segunda. O mal-estar teria começado no domingo.
Além do anúncio de contaminação pela doença que ele minimizou deste o início da pandemia, o presidente também afirmou que fez uma bateria de exames, incluindo uma radiografia, e que o pulmão “estava limpo”.
Jair Bolsonaro tem 65 anos e faz parte da faixa etária considerada por especialistas como grupo de risco. Como precaução, o presidente cancelou toda a agenda oficial desta semana.
“Todo mundo sabia que, mais ou cedo ou mais tarde, iria atingir boa parte da população”, disse o presidente, durante fala à imprensa. Ele afirmou também que já se sente melhor e que está tomando cloroquina. “Se eu tivesse tomado antes, poderia estar trabalhando e bem”, disse.
Ministros de Bolsonaro
Na manhã desta terça, enquanto aguardavam o resultado do teste de coronavírus do presidente, ministros que estiveram próximos a ele nos últimos dias também decidiram fazer o exame.
Entre eles, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. O resultado deverá levar até 72 horas para ficar pronto.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, que já fez inúmeros testes com resultados negativos anunciou que a partir desta terça fará apenas reuniões virtuais.
Embaixador dos EUA
No último sábado (4), Jair Bolsonaro almoçou com o embaixador americano no Brasil, Todd Chapman, em Brasília, durante as comemorações pela independência dos Estados Unidos. Ele foi acompanhado por diversos ministros e todos posaram para fotos sem uso de máscara.
Contra as medidas
Desde o primeiro caso da doença no país, no fim de fevereiro, Bolsonaro vem descumprindo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para deter a doença.
Em inúmeras ocasiões, também se posicionou contra o fechamento do comércio e medidas como o isolamento social, adotadas por governadores. Também participou de atos e aglomerações ao visitar o comércio de rua em Brasília e em visitas a cidades do entorno do Distrito Federal. Em diversas ocasiões ele não usou máscara, posou para fotos, tocando nas pessoas.
Em junho, o juiz federal Renato Borelli, da 9ª Vara Cível do Distrito Federal chegou a acatar uma ação impetrada por um advogado pedindo a obrigatoriedade do uso de máscara por parte do presidente. A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu da decisão a pedido de Bolsonaro.