
O deputado mais votado de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), afirmou que não será ministro do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O anúncio foi feito em entrevista à jornalista Bianca Gomes, do jornal O Globo.
“Sou deputado federal eleito e vou exercer o meu mandato na Câmara”, disse ele. “Nós defendemos que o Ministério da Cidades fique com a esquerda, e há grandes nomes para isso. Eu pretendo estar na Câmara dos Deputados no ano que vem”, declarou.
O psolista declarou que a decisão se deve, também, a possível participação nas eleições municipais em 2024. Boulos irá se candidatar para prefeito de São Paulo. “Se fosse chamado para o ministério ficaria um ano, teria de me desincompatibilizar e não daria para fazer um trabalho com começo, meio e fim”, acrescentou.
Contudo, Boulos disse que Sônia Guajajara poderá assumir o ministério dedicado à questão indígena. “O PSOL decidiu pelo apoio a Lula e orientação para a bancada ser base do governo. A decisão vai contra uma visão que existia de independência do partido em relação ao novo governo. O PSOL também decidiu que não pleiteará ou terá cargos no governo. No entanto, vamos respeitar e apoiar caso Sônia Guajajara seja indicada para o Ministério dos Povos Originários, por entender que essa é uma conquista histórica do movimento indígena”, disse ele.
Com a recusa de Boulos, o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) segue como principal cotado para assumir o Ministério das Cidades. Na campanha eleitoral, Lula afirmou que era necessário recriar a pasta para tratar dos “problemas urbanos” do país.
A pasta foi extinta pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). No início de seu mandato, ele fundiu Cidades e Integração Nacional no Ministério do Desenvolvimento Regional.