
Em entrevista para o Valor Econômico, a cientista política Marta Arretche, professora da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora do Centro de Estudos da Metrópole avaliou que os 2,2 milhões de votos do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno para prefeito de São Paulo não o tornam uma ameaça ao PT na eleição presidencial de 2022 e nem a Ciro Gomes (PDT).
“O PSOL não tem estrutura nacional para disputar a eleição presidencial. Cresceu, mas ainda é muito, muito pequeno”, comentou.
Para Arretche, o presidente Jair Bolsonaro errou a estratégia nesta eleição. Declarou apoios de forma amadora, pediu voto para lanterninhas e não estruturou um partido. Saiu derrotado e mais dependente das siglas de centro-direita. “O presidente já se aproximou dos partidos de direita para sobreviver politicamente. A chance de tornar-se cada vez mais refém destes partidos é muito alta”.
Com projeções sobre uma possível candidatura a reeleição de Bolsonaro em 2022, a cientista afirma que o mandatório terá que buscar apoio em um partido “forte” de direita para ter alguma chance. “Sua única alternativa será filiar-se a um destes partidos e construir uma coligação eleitoral com partidos de direita”, disse.
Regionalizando a discursão, Arretche também citou a briga eleitoral entre o PSB e PT em Recife. Apesar do resultado positivo para o PSB e o estremecimento após ataques durante o período de campanha, ela projeta que a relação entre os partidos deve continuar amigável. “Esse conflito local já existia, mas não creio que venha a impactar negativamente um potencial acordo nacional do PSB com o PT”.
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