
O anúncio feito por Lula, endossando o nome de Fernando Haddad para concorrer à Presidência da República em 2022, frustrou as expectativas de Guilheme Boulos (PSOL) nesta sexta-feira (5).
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Pelo Twitter, o segundo colocado na última disputa à prefeitura de São Paulo declarou que defende “que a esquerda busque unidade pra enfrentar Bolsonaro”, mas que “para isso, antes de lançar nomes, devemos discutir projeto”.
À coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo reiterou as críticas lançadas nas redes sociais.
“Todos os partidos têm o direito de lançar candidato. Mas, com Jair Bolsonaro governando o Brasil, é preciso buscar unidade”, disse ele à coluna. “E unidade precisa começar por confluência de projeto, e não jogando vários nomes na sala. Se isso for feito, a pulverização fica estabelecida. O nome [do candidato à Presidência] deve ser o ponto de chegada, e não o ponto de partida”, disse.
Coordenador do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Boulos obteve no 20,2% dos votos válidos no primeiro turno do pleito paulista, enquanto o candidato do PT, Jilmar Tatto, amargou o sexto lugar, com 8,7% dos votos.
Oposição perdendo terreno
Segundo informações da colunista Bela Megale, do jornal O Globo, a decisão anunciada por Lula já vinha amadurecendo a ideia há algum tempo.
A decisão de lançar Haddad como pré-candidato ocorreu, no entanto, após o partido perceber que os espaços de oposição estariam sendo ocupados. Entre as figuras que mais vem incomodando os petistas está o governador tucano João Doria (PSDB), que hoje desponta como o principal antagonista de Jair Bolsonaro.
Correligionários do PT afirmam que “Doria vem ocupando um espaço que não é dele”.
O partido também espera ter um desempenho melhor do que aquele obtido em 2018, mas ainda não sabe ao certo como fará para confrontar Jair Bolsonaro (sem partido) e a nova trupe de aliados angariados pelo presidente a troco de repasses recordes de emendas parlamentares e negociações de postos de comando, que resultaram na chegada do Centrão ao topo do Legislativo.
Resta lembrar que em 2020, o PT elegeu menor número de prefeituras de sua história. DE acordo com a colunista do Globo, integrantes da legenda dizem que a eleição municipal é diferente da nacional e se agarram na justificativa de que “Haddad é o melhor nome da esquerda”.