O ex-governador do Amazonas e ex-prefeito de Manaus, senador Eduardo Braga (MDB-AM), foi um dos mais contundentes críticos do ex-secretário de Saúde amazonense Marcellus Campêlo durante depoimento à CPI da Pandemia no Senado nesta terça (15).
“É lamentável a falta de competência e amor pelo povo do meu Estado. Tem horas que a gente fica sem saber o que dizer, sempre com essa resposta de que o Marcellus nos dá é ‘não sei’, ‘não tenho conhecimento’.”
Eduardo Braga
Engenheiro civil de formação sem experiência na área da saúde, Marcellus Campêlo foi o terceiro secretário de Saúde a ocupar o cargo na gestão do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), desde o início da pandemia. Chegou lá por indicação da prima, a deputada estadual Alessandra Campêlo, que atualmente está secretária de Estado da Assistência Social (Seas), considerada talentosa articuladora política no Amazonas.
Fotos mostram relação de Braga com Alessandra
Como mostram as fotos abaixo, publicadas em redes sociais, Alessandra mantém próxima relação política com Eduardo Braga. A parlamentar, inclusive, compõe o MDB no Amazonas e foi cotada para disputar a prefeitura de Manaus nas Eleições de 2020.
O MDB declinou da candidatura, às vésperas das convenções, e apoiou o candidato derrotado Amazonino Mendes, do Podemos. E as campanhas são muitas. Numa das fotografias, aparecem durante comício junto ao atual vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos.
Operação Sangria mirou saúde do Amazonas
Antes de Campêlo assumir a Secretaria e Saúde, foi deflagrada no Amazonas a 2ª fase da Operação Sangria. Na decisão que deflagrou a operação, apareceu o nome da deputada estadual Alessandra Campêlo, acompanhado da suspeita do Ministério Público Federal (MPF).
“Por que depois de uma reunião com o alto escalão do governo, Alessandra assumiu a presidência do impeachment do governador e vice? Por que ela votou a favor do arquivamento do processo? E ainda, por que após o arquivamento o primo dela, Marcellus Campêlo assumiu a secretaria de saúde do Estado?”
Trecho do despacho do STJ que autorizou a Operação Sangria
Na decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), consta o registro de um encontro no dia 20 de maio, realizado entre a então deputada e o alto escalão do governo.
“A deputada estadual Alessandra Campêlo que, posteriormente a essa reunião foi nomeada presidente da comissão de impeachment do Governador Wilson Lima e Vice Carlos Almeida. Por conseguinte, no dia 06/08/2020, o processo de impeachment foi arquivado pela Assembleia Legislativa, sendo que Alessandra foi uma das que votou pelo arquivamento”, diz.
Um dia antes do encontro citado pelo MPF, em 19 de maio, a deputada Alessandra entrou na Justiça Estadual com mandado de segurança contra o presidente da Assembleia Legislativa, Josué Neto, pela criação da CPI da Saúde. Alessandra, pediu a suspensão da instalação, designação dos membros e nomeação do presidente da CPI.
No dia 14 de julho de 2020, a deputada Alessandra Campêlo foi eleita como presidente do processo de impeachment do governador Wilson Lima, que redundou em fracasso.
Com informações do D24Am