
Por Plinio Teodoro
Em depoimento à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara Federal nesta terça-feira, o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, classificou como “ilações” as constantes ameaças de golpe propaladas por Jair Bolsonaro (Sem partido).
“São várias ilações sobre golpe, sobre supostos ataques. Eu vou ler de novo o que diz o artigo 142”, afirmou o ministro.
A interpretação do jurista Ives Gandra sobre o artigo 142 da Constituição, que fala sobre as atribuições das Forças Armadas, tem sido usada por Bolsonaro e governistas para convocar uma possível intervenção militar na crise entre os poderes, em especial a que vem sendo provocada pelo próprio presidente.
O próprio Braga Netto usou a interpretação de Ives Gandra em discurso na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no último sábado (14) dizendo que cabe às Forças Armadas “assegurar a defesa da pátria, a defesa da soberania, da independência e harmonia entre os poderes e da manutenção da democracia e da liberdade do povo brasileiro, que é nosso verdadeiro soberano”.
Em sua fala, Braga Netto ainda se negou a comentar as declarações de Bolsonaro e ministros, como Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), conclamando um golpe.
“Sobre as perguntas relativas a falas de presidente e ministro. Eu não especulo sobre falas. Eles falam por eles, eu não vou comentar sobre isso”, disse.
Birra
Deputados bolsonarista, como Hélio Negão (PSL-RJ), chegaram á comissão sem máscaras de proteção facial. Após pedido para colocarem, apenas Eduardo Bolsonaro (PSL) fez birra e disse que não colocaria o artegato de proteção contra a Covid-19, sendo o único presente na comissão sem a máscara.
“Cobrei o uso da máscara. O presidente @ArthurLira_ precisa se manifestar. Já perdemos parlamentares para o coronavírus. O deputado José Carlos Schiavinato e o senador Major Olímpio. Nenhum parlamentar pode expor a vida de outros a risco, descumprindo Lei n. 13.979/2020”, tuitou o deputado Jorge Solla (PT-BA).