
Entre as principais economias do mundo, o Brasil contabilizou o maior aumento dos gastos públicos de 2008 até 2019, afirma reportagem da Folha de S. Paulo. Durante esse período, a despesa conjunta de União, estados e municípios avançou de 29,5% para 41% do Produto Interno Bruto (PIB), sem incluir na conta os encargos com juros.
Com a evolução, o país ostenta hoje o maior aparato estatal fora da Europa. As informações foram obtidas em uma base de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas ficaram de fora China, Índia e Argentina, para as quais não há dados.
A escalada dos gastos públicos nacional se deveu, principalmente, aos benefícios sociais, nos quais a metodologia do FMI agrupa ações de Previdência e assistência social. Esses pagamentos saltaram de 9,8% para 18,4% do PIB entre 2008 e 2019.
Os encargos com servidores também ajudou. As despesas com o funcionalismo ativo, que ultrapassaram o patamar de 13% do PIB, só são superadas na Arábia Saudita e na África do Sul.
Leia também: Reforma não atinge juízes, militares e parlamentares
Por fim, a conta de juros da dívida pública continua sendo uma excrescência à parte. Na metodologia do Fundo, esse gasto caiu de 9% para 7,3% de 2018 para 2019, mas permanece sem paralelo.
Mesmo no cálculo do Banco Central, que desconta as receitas com juros do governo, os 5,1% do produto apurados no ano passado bastam para liderar o ranking global.
Em grande medida, a expansão das despesas primária e financeira estão interligadas, isso porque o endividamento público viabilizou parcela expressiva da ampliação dos programas de governo.
Com informações da Folha de S. Paulo