O Brasil não aderiu a uma iniciativa de países de todo o mundo para estabelecer um compromisso de não difundir desinformação e fake news em meio à pandemia. O documento, assinado por 132 países – incluindo Israel, Índia, Hungria e Japão, aliados do governo brasileiro – não teve o aval do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Aderiram ao projeto Alemanha, França e Itália, entre muitos outros países democráticos. Na América do Sul, fazem parte do projeto o Uruguai, Paraguai, Chile, Colômbia, Suriname, Bolívia, Peru e Argentina, além da Venezuela e Equador. Na região, apenas o Brasil ficou de fora.
Sem resposta
Procurado, o Itamaraty não retornou aos pedidos de esclarecimento sobre a decisão de não aderir à iniciativa. Países comunistas como China, Cuba e Coreia do Norte tampouco aderiram ao projeto. O governo russo foi outro que ficou de fora, além de Filipinas.
‘Infodemia’
“Desde o surto do vírus covid-19 e a declaração da pandemia, o secretário-geral da ONU e outros líderes da ONU e suas instituições têm chamado cada vez mais a atenção para o desafio da ‘infodemia’ ou da desinformação pandêmica”, diz o texto. “À medida que a covid-19 se espalha, um tsunami de desinformação, ódio, bode expiatório e assustador foi desencadeado”, alerta.
Segundo os governos, em tempos de crise de saúde, “a propagação da ‘infodemia’ pode ser tão perigosa para a saúde e segurança humana quanto a própria pandemia”. “Entre outras consequências negativas, a covid-19 criou condições que permitem a disseminação de desinformação, notícias falsas e vídeos para fomentar a violência e dividir as comunidades”, alertam os governos.
Esforços
“Por estas razões, pedimos a todos que parem imediatamente de difundir informações errôneas e observem as recomendações da ONU para enfrentar este problema”, sugerem os governos.
Os signatários se comprometem em garantir que pessoas “sejam informadas com precisão a partir de fontes confiáveis e não sejam enganadas pela desinformação sobre a covid-19”.
“Esses esforços se baseiam, entre outros, na liberdade de expressão, na liberdade de imprensa e na promoção dos mais altos padrões éticos e de imprensa, na proteção de jornalistas e outros trabalhadores da imprensa, bem como na promoção da informação e da alfabetização midiática, na confiança pública na ciência, nos fatos, na imprensa independente, nas instituições estatais e internacionais”, declararam.
Fonte: Blog do Jamil Chade