
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), colocou mais lenha na fogueira da disputa política travada com Jair Bolsonaro (sem partido) nesta segunda-feira (22), ao afirmar à CNN americana que milhões estão pagando preço na pandemia da Covid-19 por causa do ‘psicopata’ do presidente.
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Em fala à repórter Julia Chatterley, Doria afirmou que a situação no Brasil é ‘desesperadora’ e que a segunda onda da Covid-19 está devastando o país, empurrando hospitais e UTIs para o colapso e registrando números recordes de mortes diárias.
“Estamos em um daqueles momentos trágicos da história em que milhões de pessoas pagam um preço alto por ter um líder despreparado e psicopata no comando de uma nação”, disse o governador paulista.
Ele disse ainda que grande parte das mortes pelo vírus no Brasil poderia ter sido evitada se Bolsonaro tivesse “agido com a responsabilidade que o cargo lhe confere” e que Bolsonaro cometeu “erros inacreditáveis, o maior deles foi ter uma disputa política com os governadores que estão tentando proteger a população”.
Bolsonaro e a guerra com governadores
No domingo (21), Bolsonaro voltou a atacar governadores e a criticar as medidas adotadas pelos estados para conter a disseminação do coronavírus. A apoiadores que visitaram no Palácio da Alvorada, o presidente disse que os chefes dos Executivos estaduais têm “esticado a corda” e que “só Deus” poderá tirá-lo do comando do país.
“Estão esticando a corda. Faço qualquer coisa pelo meu povo e esse qualquer coisa é o que esta na nossa Constituição Federal. Podem confiar na gente, vocês me deram esse voto de confiança. Enquanto eu for presidente só Deus me tira daqui, eu estarei com vocês”, disse.
Na live da última quinta-feira (18), em sua live semanal, o mandatário anunciou que o governo ajuizou uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra decretos de governadores do Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Bahia, que estabeleceram medidas restritivas no combate à pandemia da Covid-19.
Sem citar nomes, Bolsonaro também afirmou que alguns governadores e prefeitos são “projetos de ditadores”. “Toque de recolher é estado de sítio e estado de sítio só uma pessoa pode decretar. Essa pessoa sou eu”, destacou. O argumento do presidente é que a ADI é uma forma de dar satisfação “à parcela da população que tem feito manifestações contra as medidas restritivas adotadas por governos estaduais e prefeituras”.