
A Faculdade Zumbi dos Palmares e a Afrobras, em parceria com a Agência Grey, lançam na próxima semana o Movimento Ar ,uma campanha de combate ao racismo.
O nome é uma alusão ao caso de George Floyd, homem negro morto por um policial branco nos EUA. Durante a abordagem, Floyd teve o pescoço prensado no chão pelo agente Derek Chauvin e falava que não estava conseguindo respirar.
A campanha vai publicar o manifesto “Vidas negras importam: nós queremos respirar“, que diz: “O ódio racial envenena o ar que respiramos, sufoca e asfixia todos e a nação”. O documento tem reunidas assinaturas de personalidades negras, escritores, esportistas, artistas e instituições.
O cantor e compositor Martinho da Vila, um dos signatários, vai fazer a leitura do texto.
“A morte de George Floyd nos Estados Unidos alavancou um movimento antirracista no mundo, e são procedentes os manifestos e debates a respeito da violência policial e do racismo no nosso país”, afirma o artista.
Como resposta a mortes como a de Floyd ou a de João Pedro, menino de 14 anos assassinado durante uma ação policial dentro de sua casa, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, a iniciativa aponta também dez ações efetivas para reduzir o impacto do racismo na vida da população negra.
A iniciativa propõe uma “ação zero”: prorrogação da Lei de Cotas nas universidades públicas federais. Pede mudança nos protocolos policiais para impedir técnicas de sufocamento e estrangulamento, disparos letais nas abordagens e confrontos policiais, e invasão e ocupação com disparos de arma de fogo em favelas e comunidades.
A iniciativa pede ainda Criação de 500 mil bolsas de estudos para qualificação de jovens negros em graduação, pós-graduação, pesquisa e formação tecnológica, economia criativa e negócios e empreendedorismo. Eles querem também a criação do Fundo Vidas Negras Importam de R$ 200 milhões para fomento, apoio e financiamento educacional, empreendedor, tecnológico e de economia cultural criativa para jovens negros.
