O Movimento Black Money (MBM) lançou a campanha “Impactando Vidas Pretas”, visando formar um fundo para auxiliar famílias lideradas por mulheres negras, microempreendimentos e afroempreendedores.
A iniciativa, voltada para a saúde e o impacto econômico que o coronavírus causará nessa parcela da população, pretende oferecer renda básica para dezenas de famílias nos próximos meses.
A ideia é garantir a sobrevivência das populações empobrecidas e ao mesmo tempo dar fôlego aos pequenos negócios no período de crise.
O projeto, de transferência de renda e fomento, está alojado na plataforma Benfeitoria e é realizado na modalidade match-funding, que mistura o financiamento coletivo (ou crowd-funding) com aporte de parceiros, que multiplicam a arrecadação.
Para cada R$ 1 arrecadado pelos projetos, o Fundo Colaborativo Enfrente contribui com mais R$ 2, até que o valor de R$30.000 seja alcançado.
A campanha conta com 7 faixas de doação. Cada faixa leva o nome de mulheres e homens negros de renome dentro do ativismo negro, como Marielle Franco e Milton Santos. A meta atual de arrecadação está em 60 mil.
MBM e Economia Criativa
O Movimento Black Money é um hub de inovação para inserção e autonomia da comunidade negra na era digital. O MBM também propõem a transformação do ecossistema empreendedor negro, com ações na comunicação, educação e geração de negócios pretos.
O movimento se apresenta como uma ” Rede Negra de fortalecimento e justiça social para circulação de capital, intelectual e econômico, dentro da comunidade negra, articulando consumo consciente, inovação, afroempreendimentos”.
Confira abaixo a mensagem de Nina Silva, CEO do Movimento Black Money.
Conheça AQUI o projeto e doe, se puder 😉
Aos fatos
No Brasil, existem 13,6 milhões de pessoas morando em favelas. E é sobre essa população que os impactos da pandemia podem ser mais graves.
Além da rotina extenuante para superar as dificuldades causadas pela falta de dinheiro, agora mais agravada, essa população já sofre com a falta de saneamento básico e a convivência forçada em ambientes domésticos minúsculos.
Divulgada pela Exame, a pesquisa do Data Favela apontou que 7 em cada 10 famílias afirmam já terem tido a renda diminuída desde o início da pandemia e das medidas preventivas do alastramento do vírus, e que 79% já começaram a cortar gastos por conta da crise provocada pela Covid -19.
Ao todo, 1.142 pessoas foram entrevistadas, em 262 favelas de todas as regiões do país. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
“Cesta básica ajuda, mas é, de novo, um morador da cidade dizendo para o morador da Favela o que ele tem direito. Mais efetivo seria transferir renda diretamente para que eles pudessem comprar o que precisam”, afirma Renato Meirelles, fundador do Instituto Locomotiva, que criou o Data Favela em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa)