A capacidade do PSB de dialogar com os diversos setores da sociedade e o campo progressista foram determinantes para o ingresso do governador do Maranhão, Flávio Dino, e do líder da Minoria na Câmara, deputado Marcelo Freixo, no PSB. Os socialistas participaram do programa Conversa com Bial, da TV Globo, onde também discutiram sobre os rumos do país e as eleições de 2022.
Dino avalia que a reflexão que o PSB faz sobre o socialismo criativo e as novas demandas da sociedade no século 21, que motivam a Autorreforma do partido que está em curso, aliado às mudanças na legislação eleitoral, fazem do PSB uma confluência que pode agregar as diversas vertentes da esquerda brasileira.
“O PSB faz uma reflexão muito importante em torno da bandeira do socialismo criativo, levando em conta as novas demandas do século 21 e eu resolvi me incorporar nesse esforço de atualização partidária. De outro lado, tivemos um vetor legal, com uma mudança na legislação eleitoral fazendo com que haja uma tendência de fusões, corporações e frentes partidárias em todos os campos ideológicos. O PSB a meu ver se candidata a ser uma confluência de várias vertentes para nós termos uma esquerda moderna, transformadora, forte, capaz de atrair outros setores sociais”, afirma o governador maranhense.
O governador reforça que “a economia verde, ciência e tecnologia e o novo mundo do trabalho” passam um processo de transformação complexo derivado da revolução científica e tecnológica”. Tudo isso demanda também uma nova regulação do mundo do trabalho, que preserve o direito dos mais pobres e dos trabalhadores de forma ampliada porque a CLT não vai dar conta”, afirma Dino ao se referir à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
O que é corroborado por Freixo que afirma não ser possível que a desigualdade, o combate ao racismo e ações para conter a crise ambiental continuam deixadas de lado.
“Chamar todos esses setores e ter uma capacidade de governança porque a esquerda está entrando no século 21 sem resolver problemas do século 20. Por exemplo a pauta da segurança pública, que nunca teve centralidade no campo progressista e no mundo inteiro a direita vence pleitos eleitorais com soluções equivocadas para segurança pública”, enfatiza.
PSB em Lula em 2022
Para os socialistas, a aliança com o PT é inevitável para que o país enfrente o bolsonarismo. Aliança que não é apenas para ganhar a eleição, mas que dê capacidade de governança ao futuro governo.
“O PT e o Lula são imprescindíveis, mas não são suficientes. Numa sociedade plural, sempre as eleições são decididas por frente ampla – para ganhar e para governar. Independente das legendas, Lula tem esse espírito aliancista e essa foi a prática dos governos dele”, analisa Dino.
Para Freixo, 2022 vai validar – ou não – a Constituição Federal de 1989 e a democracia.
“A eleição de 2022 é a mais importante da nossa história. Vai ser um plebiscito em torno da Constituição”, pontua Freixo.
Para ele, a despeito de todas as críticas que possa fazer ao PT, o partido nunca foi uma ameaça à democracia, como o que vivemos sob o bolsonarismo.
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“O presidente Lula nunca mandou jornalista calar a boca, nunca ameaçou juiz do Supremo nem financiou atos falando em Ato Institucional (AI) número 5. Essa aberração está acontecendo agora. É preciso ter muita responsabilidade para saber que qualquer diferença que haja entre nós, elas são menores do que a ameaça que temos que enfrentar”, defendeu.
Orçamento secreto é corrupção, critica Dino
O governador maranhense também fez duras críticas ao orçamento secreto do Congresso Nacional. As chamadas emendas de relator não tinham regras claras de distribuição de valores bilionários e é alvo de suspeitas de compra de apoio parlamentar no Congresso.
O pagamento dos valores foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, na última semana, os parlamentares aprovaram mudanças nos trâmites para tentar manter os repasses.
“Estamos vivendo o momento de maior corrupção da história política brasileira por intermédio do chamado orçamento secreto. É importante dizer isso com todas as letras para que se compreenda que a corrupção não é monopólio desta ou aquela corrente política, é um processo social que deve ser combatido sempre, venha de onde vier”, ressaltou.
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