Nessa quinta-feira (3), o Diário Oficial do Rio de Janeiro publicou um projeto do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) para proibir “terminantemente” o uso de linguagem neutra. Segundo o texto, o seu uso estaria “corrompendo às regras gramaticais estabelecidas e aprovadas no país”.
“Atualmente, nos tornamos testemunhas da destruição sistemática de nossa cultura, em todos os níveis, com especial requinte de crueldade sobre a nossa Língua materna, pervertida para atender às pressões de grupos ínfimos que pretendem derrubar sua norma culta para implementar uma degenerescência canhestramente chamada de linguagem neutra”, diz um trecho da justifica do projeto.
O vereador relembra ainda que os deputados Márcio Gualberto (PSL-PE) e Anderson Moraes (PSL-RJ) já apresentaram projetos semelhantes. O objetivo seria defender a “educação correta e regular de nossa Língua”, como também evitar “perversões e alterações maliciosas e progressistas”.
A proposta de Calos Bolsonaro abrange a rede de ensino pública e particular, podendo ocasionar suspensão do alvará de funcionamento do colégio que violar a norma.
Linguagem neutra
A proposta de uma terceira forma que vá além do A para o gênero feminino, e do O para o gênero masculino é conhecida como Linguagem Neutra e está sendo um dos temas mais debatidos da atualidade. Em Portugal, por exemplo, o Ministério da Defesa produziu uma diretiva que recomenda o uso de linguagem neutra e inclusiva em certidões e registros civis.
É crescente a camada da sociedade que reconhece a existência de indivíduos que não se identificam com o gênero masculino ou feminino, abarcados no dentro da comunidade transgênera. Tal grupo é denominado não-binários, ou seja, não se enquadram nos dois gêneros pré-definidos.
Além disso, ainda é debatido o uso do masculino genérico como uma forma de perpetuar o machismo. O tema vem sendo amplamente discutido por especialistas como uma forma de marcar a hierarquização de gêneros na sociedade, priorizando o homem e invisibilizando mulheres. O masculino genérico é chamado, inclusive, de “falso neutro”.
Com informações do Correio Braziliense e UOL