
O Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) pretende ajudar mulheres ativistas nessa quarentena. O Cfemea realiza na quarta-feira (26), às 19h, a live “Ativismo e Cuidado”, através de seus canais nas redes sociais (Youtube, Facebook).
As organizadoras da live consideram o acolhimento entre ativistas uma estratégia de autopreservação e proteção, individual e coletiva, de mulheres que lutam por direitos. “Nesses tempos de pandemia, de angústias, sobrecargas e perdas, o cuidado se torna cada vez mais importante”, destacam na proposta.
O objetivo do encontro é aprofundar o tema e apresentar o cuidado como parte da transformação social feminista.
Conduzida por Analba Teixeira (SOS Corpo) e Guacira Oliveira (Cfemea), a live terá o revezamento de 17 mulheres que irão compartilhar suas experiências de cuidado e ativismo.
Entre as convidadas estão Lúcia Xavier, Dolores Fastoso, Gabi Negríndia, Merlane Tiriyo, Isabel Freitas, Diana Maicon, Helena Pinto, Joana Santos, Hildevânia Macedo, Olindina Serafim , Iyá Lúcia, Guaia Monteiro, Ravena do Carmo, Cidinha Oliveira e Sueli Kinté.
As reflexões acontecerão em três blocos. Os dois primeiros, com Lúcia Xavier, coordenadora da ONG Criola, abordará “O que é autocuidado e cuidado entre ativistas”. O terceiro, com o tema “Esperançar para a resistência: experiências de cuidado na pandemia“, contará com a participação de Gabi Negríndia, ativista da Articulação de Mulheres Feministas (AMB) e Maria Dolores Fastoso, ativista do Fórum de Mulheres de Pernambuco.
Proposta lúdica

Em um formato lúdico e interativo, o evento virtual pretende proporcionar uma reflexão sobre a dimensão política e de sua importância para as lutas das mulheres contra a ordem patriarcal, racista e sexista.
“As nossas vidas estão em risco, 110 mil pessoas já morreram e quase 4 milhões estão contaminadas segundo os dados subnotificados do Ministério da Saúde. Falamos em cuidado e ativismo nesse momento porque o ativismo é a base indispensável e essencial de qualquer democracia. No nosso país, a democracia está sangrando, vem sendo atacada, violentada pelo autoritarismo, pelo fascismo, pela ganância capitalista, patriarcal e racista”, destaca Guacira Oliveira, socióloga, fundadora do Cfemea e uma das anfitriãs da Live.
A atividade ainda contará com intervenções artísticas. “Falaremos de sobrevivência, de cooperação e resistência, de esperança e dos caminhos para construirmos um futuro de Bem Viver”, disse Guacira.
Além das tarefas do dia a dia, com a alteração da realidade, imposta pela pandemia, muitas mulheres passaram a ter mais sobrecarga, com seus filhos, maridos e/ou outros familiares confinados o dia inteiro dentro de casa.
O centro feminista também destaca que “uma parcela considerável delas sofre com o volume de trabalho doméstico e de cuidados com os outros, majoritariamente sobre suas costas”.