O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, pediu na Assembleia Geral da ONU, que Rússia e Ucrânia não permitam que o conflito “transborde” e protejam os interesses e direitos legítimos dos países em desenvolvimento.
“Pedimos a todas as partes envolvidas que evitem que a crise transborde e que protejam os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento”, declarou o chanceler, depois de assegurar que a China “apoia todos os esforços para uma solução pacífica” da “crise ucraniana”.
A prioridade “premente é facilitar as negociações de paz“, disse Wang, que em nenhum momento expressou apoio à invasão da Ucrânia pela Rússia.
A “solução fundamental é abordar as preocupações legítimas de segurança de ambos os lados e construir uma arquitetura de segurança equilibrada, eficaz e sustentável”, acrescentou o ministro das Relações Exteriores.
Não interferência e resolução pacífica, diz China
Lembrando que seu país adere ao princípio de “não interferência“, disse que a China “tem feito esforços para resolver os problemas de todas as partes de maneira construtiva”. Pequim reitera insistentemente seu apoio à soberania de todos os países em relação à Ucrânia, mas se recusa a condenar a invasão russa daquela ex-república soviética.
O chanceler chinês se reuniu esta semana em Nova York com o ucraniano Dmytro Kuleba e assegurou que Pequim defende o respeito da “integridade territorial de todos os países”.
Na semana passada, depois de um encontro com o presidente da China Xi Jinping, o presidente russo Vladimir Putin elogiou “a posição equilibrada” de Xi sobre a Ucrânia e disse “compreender suas dúvidas e preocupações” sobre uma invasão que já dura sete meses.
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Ao mesmo tempo, neste sábado, o chefe da diplomacia chinesa se referiu a Taiwan, que não está na ONU, e declarou que a China deve “combater firmemente as atividades separatistas” e “executar ações determinadas a se opor à interferência externa”.
“Qualquer tentativa de impedir a reunificação da China deve ser esmagada pela roda da história”, alertou.
Atrito com os Estados Unidos
O ministro se encontrou na última sexta-feira à margem da Assembleia Geral com seu colega americano, Antony Blinken, em sua primeira reunião desde julho em Bali, onde os dois expressaram sua intenção de retomar o diálogo.
Um mês depois, a presidente da Câmara de Representantes americana, Nancy Pelosi, visitou Taiwan, causando a fúria de Pequim e um ressurgimento das tensões entre as duas grandes potências.
Com esta reunião, Wang acusou os Estados Unidos de “enviar sinais muito ruins e perigosos“, incentivando a independência de Taiwan, de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China.
Para Blinken, é necessário preservar a “paz e estabilidade” no estreito de Taiwan.
Com informações do UOL e Prensa Latina