A cultura segue sendo o campo de batalhas políticas do governo de Jair Bolsonaro. O novo embate tem a Cinemateca de São Paulo como centro da celeuma. O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e o secretário especial de Cultura, o ex-ator Mário Frias, tentam assumir o órgão, que está sob o controle da Fundação Roquette Pinto, conta o colunista do Uol, Ricardo Feltrin.
Após investida de Frias com pedido oficial de “entrega das chaves” do órgão, a fundação respondeu, também formalmente, que o ‘ultimato’ é um “ato nulo”, negando-se à entrega exigida. Na resposta, conta Feltrin, a fundação ainda pede que a secretaria regularize os pagamentos e a situação contratual com a Cinemateca.
Em nova ofensiva, o ex-ator global ameaça transferir a Cinemateca, sediada em São Paulo, para Brasília. O complexo abriga o maior acervo audiovisual e de cinema da América do Sul.
Os conflitos criados pelo governo ignoram que o acervo da entidade corre risco de incêndio por estar sem sistemas de segurança, sem bombeiros e com ao menos um gerador falhando.
O governo federal deve mais de R$ 14 milhões e está fechada e sob risco de acidente grave por falta de segurança. Por mês a Cinemateca custa cerca de R$ 1,3 milhão e seu acervo precisa de manutenção altamente especializada, destaca a coluna.
Durante a breve gestão da atriz Regina Duarte na Cultura, foi proposta uma rescisão de contrato com a fundação. Na ocasião, o governo sugeriu que a Roquette demitisse todos os 150 funcionários e fechasse a Cinemateca até o final de 2020. O contrato com a Roquette Pinto vai até 2021.
SP salva Cinemateca
De acordo com o colunista, a temperatura em Brasília subiu depois que Frias e Álvaro Antônio, souberam que a Prefeitura de SP, gestão Bruno Covas, e a Câmara Municipal de SP, se propuseram a pagar as contas atrasadas para ajudar a manter o acervo.
Confira ofício de resposta da Fundação Roquette Pinto.
Com informações do Uol.