
O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Sergio Moro, está sendo pressionado pela família a sair do Brasil. A informação foi divulgada no fim da segunda-feira (5), na coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo. Segundo a coluna, a ideia é que Moro passe uma temporada dando aulas de Direito em outro país, para manter-se ‘distante da política’ e de um ‘eventual projeto eleitoral de concorrer à Presidência’.
A mulher do ex-juiz, Rosângela Moro, tem repetido a interlocutores que o marido já deu a contribuição que tinha que dar ao país e que a política partidária, com seus embates selvagens, não seria para ele. Estaria na hora de novamente cuidar da vida pessoal e profissional. O próprio Moro também teria dito a políticos que o visitam que não se sente inclinado a disputar um cargo eleitoral.
Em uma sinalização do arrependimento, o ex-juiz baixou o tom nas redes sociais em relação a Bolsonaro – e até já disse, em conversas reservadas, que não deveria ter saído do governo da forma que fez: “atirando”.
Ao deixar o cargo, em abril deste ano, Moro afirmou que Bolsonaro havia pressionado por mudanças em cargos de direção e superintendência na Polícia Federal, incluindo o posto de diretor-geral da corporação. Um inquérito foi aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar as acusações.
Na próxima quinta-feira (8), inclusive, o Supremo deverá decidir sobre o formato do depoimento do mandatário à Corte, a pedido do relator do caso, ministro Celso de Mello.
Moro para além do arrependimento
Ainda pairam dúvidas se os movimentos de Moro são ou não uma forma de medir sua aceitação e respaldo no mundo político. De qualquer maneira, a derrocada do movimento lava-jatista, do qual Moro era a estrela, tem se tornado cada dia mais evidente, após sequenciais derrotas na esfera política. A indicação do desembargador Kassio Nunes Marques para o Supremo é a mais recente delas – deixando o ex-ministro e seus seguidores cada vez mais isolados.
Na última sexta-feira (2), dia em que Bolsonaro anunciou o novo escolhido, Moro chegou a usar o Twitter para opinar sobre o assunto. Logo depois, no entanto, apagou o registro. Na postagem, o ex-ministro insinuava sobre que a indicação poderia revelar o verdadeiro caráter do presidente brasileiro.

A segurança seria outra preocupação manifestada pela família Moro: neste mês ele acaba de cumprir a quarentena obrigatória desde que saiu do Ministério da Justiça, perdendo também o direito a escolta da Polícia Federal.
Com informações da Folha de S.Paulo