Antes mesmo de terminar, 2020 já é o ano com maior registro de óbitos no Brasil, um recorde puxado pela pandemia do novo coronavírus. Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em novembro a Covid-19 já havia causado um aumento de 24% na quantidade de óbitos de causas naturais esperados para este ano.
Até o dia 14 de novembro, último período disponível para consulta, eram esperados cerca de 828.395 óbitos no país. Ocorreram, no entanto, mais de 195 mil mortes além desta projeção. No mesmo período, 165.673 pessoas haviam morrido em decorrência direta da Covid-19, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa.
O acompanhamento desse excesso de mortalidade é sugerido pela Organização Mundial da Saúde (0MS) para monitoramento das mortes com influência direta e indireta da pandemia.
“Mortes provocadas, por exemplo, pela sobrecarga nos serviços de saúde, pela interrupção de tratamento de doenças crônicas ou pela resistência de pacientes em buscar assistência à saúde, pelo medo de se infectar pelo novo coronavírus”, informa o Conass em nota técnica.
Para projetar as mortes esperadas neste ano, o Conass considerou os óbitos entre 2015 e 2019 divulgados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Para os dados deste ano, foram utilizadas informações da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen Brasil). Os números para comparação consideram apenas mortes por causas naturais, excluindo mortes por acidentes ou violência.
Durante o auge da pandemia, entre 10 a 16 de maio, eram esperadas cerca de 23 mil mortes, mas foram observadas mais de 33 mil, um excesso de 44%. “Os dados revelados pelo painel indicam que o impacto da covid-19 no país vai muito além dos já trágicos indicadores de mortes confirmadas pela doença”, afirma Conass.
Em termos proporcionais, a região mais afetada foi a Norte, com 21.920 óbitos a mais, um excesso de 43%. Logo em seguida vem o Centro-Oeste com 19.463 óbitos a mais (37%), seguido por Nordeste com 71.889 (35%), Sudeste com 73.096 (19%) e, por fim, Sul com 8.748 (7%).
Com informações do UOL