Pesquisas internas do PT apuradas pela agência Reuters indicam que, além do patamar de 45% na preferência do eleitorado, Lula começa a ganhar terreno em estados-chave. Animado, o ex-presidente começará a viajar pelo país depois da oficialização da candidatura no próximo sábado (7) e irá levar o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), seu companheiro de chapa.
Lula teria crescido, de acordo com a Reuters, em locais de disputa renhida com Bolsonaro como Rio Grande do Sul e São Paulo.
As análises foram apresentadas a Lula, ao companheiro de chapa, Geraldo Alckmin, e à cúpula petista em uma reunião de dia inteiro nesta segunda-feira (2), em São Paulo.
Alckmin deverá estar ao lado de Lula nas primeiras viagens depois do encontro do PT: Belo Horizonte, Contagem e Juiz de Fora. No fim de maio, os dois viajarão pelo Rio Grande do Sul e por Santa Catarina, segundo a Folha de S.Paulo.
No roteiro rascunhado pelo PT, ainda sujeito a mudanças, os dois candidatos irão à região Norte no início de junho.
A partir de agosto, além da agenda nacional, Alckmin está com Fernando Haddad em viagens pelo interior de São Paulo.
Lula mantém liderança folgada
Compilação de pesquisas presenciais e remotas – por telefone – realizada pelo Instituto Vox Populi, divulgada no Fórum Café de sexta-feira (29), mostra que Lula mantém liderança folgada na disputa presidencial mesmo com a desistência de Sergio Moro (União), que transferiu boa parte das intenções de votos para seu ex-chefe, Jair Bolsonaro (PL).
“Até março, Bolsonaro também era uma régua [NR.: mantinha um linha percentual de intenções de votos]. Ele tinha começado com 23%, tido umas oscilações entre 22%, 23%, 24% […] Bolsonaro sempre no mesmo patamar no meio da casa dos 20%. Melhorou para o lado dele, mas não por causa dele”, afirmou Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi.
Coimbra faz referência à média das pesquisas estimuladas realizadas presencialmente, que mostra um crescimento de Bolsonaro – de 25% para 30% – entre março e abril, quando Moro deixou a disputa.
Lula, no entanto, segue mantendo os mesmos 44%, atingidos em julho passado na média das pesquisas. Os outros candidatos juntos marcam 14% – mesmo percentual de nulos, brancos e indecisos.
Em votos válidos, a média das pesquisas presenciais mostram uma grande possibilidade de vitória de Lula no primeiro turno, já que o petista tem 50% – Bolsonaro tem 34% e os outros candidatos juntos somam 16%.
Pesquisas por telefone
Em relação à média das pesquisas remotas, que são maioria, a diferença entre Lula e Bolsonaro é menor: 42% a 33%.
Entre março e abril, Lula subiu um ponto e Bolsonaro ganhou três. Com a saída de Moro, a soma dos outros candidatos caiu de 21% para 16%. Nulos, brancos e indecisos são 10%, dois pontos a mais que na pesquisa anterior.
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Na média dos votos válidos, Lula tem 47%, Bolsonaro 36% e a soma dos demais adversários foi a 17%.
“Desde o ano passado em que em pesquisas remotas, considerando só os votos válidos, Lula chega aos 50%. Não cai desde o início de dezembro para cá, vem se mantendo com uma estabilidade positiva, mas aquém da margem da vitória no primeiro turno”, disse Coimbra.
Segundo turno
A média das pesquisas também dão vitória a Lula no segundo turno – seja ela presencial ou remota.
Na média das presenciais, Lula marca 53% e Bolsonaro 31%, com 15% de brancos, nulos e indecisos. Nos votos válidos, o placar seria de 63% a 37%.
“De novo temos uma grande tendência de estabilidade e o efeito Moro é irrelevante, pois o eleitor de Moro muito dificilmente votaria em Lula mesmo no segundo turno”, diz Coimbra.
A “régua” se mantém na média das pesquisas remotas, com Lula marcando 51% contra 37%, com 12% de brancos, nulos e indecisos. Em relação aos votos válidos a vitória do petista seria por 58% a 42%.
Avaliação do governo
Nas duas metodologias compiladas, o índice de reprovação de Jair Bolsonaro segue em torno dos 50%.
Na média das pesquisas presenciais, 46% avaliam o governo como negativo, 27% como positivo e 26% como regular.
Já por telefone, a avaliação negativa vai a 52%, a positiva bate 30% e a regular fica em 17%.
Veja o estudo na íntegra e a entrevista com Marcos Coimbra.