
O ministro da Economia, Paulo Guedes, informou na noite desta quinta-feira (13) que foram escolhidos os substitutos de Salim Mattar e Paulo Uebel, secretários que na última terça-feira (11) pediram demissão das áreas de desestatização e desburocratização.
Os escolhidos para as vagas são Diogo Mac Cord para a Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, responsável pelas privatizações de empresas estatais. Caio Andrade irá para a Secretaria Especial de Desburocratização Gestão e Governo Digital, que está a cargo da reforma administrativa planejada pelo governo.
As indicações confirmam a estratégia da pasta de dar solução interna para a crise vivida pela pasta, após a debandada de nomes. Auxiliares do ministro consideravam que essa decisão era a que geraria menos desgaste e sinalizaria continuidade na atuação do ministério.
Diogo Mac Cord é secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura do Ministério da Economia. Segundo o comunicado da pasta, ele é engenheiro mecânico, mestre em administração pública por Harvard, e doutor em engenharia pela USP.
Tem experiência em lidar com o Congresso. Atuou nas negociações para a aprovação do novo marco legal do saneamento, abrindo o setor para empresas privadas.
Caio Andrade é atual diretor presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). É formado em comunicação social pela Universidade Paulista (Unip), pós-graduado em administração e gestão por Harvard e mestre em administração pela Duke University.
Também tem experiência na iniciativa privada. Andrade é empreendedor em tecnologia de informação, mercado imobiliário e agronegócio. Ele liderou mais de 20 processos de M&A (fusões e aquisições).
A presidência do Serpro será ocupada por Gileno Barreto, atual diretor jurídico e de governança e gestão da empresa.
“O ministro agradece o trabalho realizado pelos secretários Salim Mattar e Paulo Uebel que deixaram os cargos”, conclui o comunicado do ministério.
Mattar e Uebel deixaram suas pastas expressando descontentamento com o ritmo das privatizações e reformas planejadas por Guedes. O próprio ministro qualificou a saída como uma debandada.
Antes deles, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, o diretor de programas da Secretaria de Fazenda, Caio Megale e o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, também pediram demissão recentemente, enquanto Guedes sofre crescentes pressões por aumento do gasto público, diante dos planos de reeleição do presidente Jair Bolsonaro e das pressões da ala militar e do centrão.
Com informações da Folha