
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) será o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar a gestão do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e o uso de verbas federais por estados e municípios para o enfrentamento à Covid-19 no Senado Federal. A CPI da Pandemia será presidida pelo senador Osmar Aziz (PSD-AM) e terá Randolfe Rodrigues (Rede-AP) na vice-presidência. Os três nomes estão da lista de parlamentares considerados independentes ou de oposição.
Composição da CPI desagrada Bolsonaro
A composição da CPI da Pandemia contraria os interesses do Palácio do Planalto. Jair Bolsonaro (sem partido) articulou que tanto Calheiros quanto Rodrigues, autor do pedido da CPI, não ocupassem postos-chave no colegiado.
Pelas redes sociais, antes de ser indicado para o posto, Calheiros antecipou o impacto que o diálogo entre o presidente e o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), no último final de semana, podem ter durante os trabalhos da CPI da Pandemia.
Rodrigues, a quem Bolsonaro chegou a ameaçar “sair na porrada“, também tem se manifestado pelas redes sociais sobre a CPI. No dia em que foi instalada comentou que fará um trabalho isento e com o objetivo de dar respostas à sociedade brasileira.
Governo federal e repasses federais na mira
O colegiado vai apurar se o governo federal cometeu irregularidades na conduta da pandemia, principalmente no colapso registrado em Manaus, que enfrentou falta de oxigênio e outros insumos hospitalares. A investigação também deve apurar desvios de recursos federais nos repasses a estados e municípios.
Os senadores ainda precisam decidir se a CPI trabalhará de forma remota, semipresencial, ou totalmente presencial. O relator Renan Calheiros afirmou ao Congresso em Foco que essa discussão está sendo usada pelo Planalto para ganhar tempo e “empurrar com a barriga” a investigação. “Não haverá problema algum em fazer semipresencial. A maioria das coisas em CPI podem ser feitas remotamente”, disse o emedebista na última quarta-feira (14).
O senador Omar Aziz, também na quarta-feira, afirmou que a comissão deve se valer de todos os protocolos sanitários e da tecnologia para começar as atividades o quanto antes.
“Esta comissão tem um perfil mais independente do que pró-governo. O Senado não tem Centrão, é muito independente. Será uma CPI muito isenta, sem procurar crucificar ninguém. Mais voltada para identificar problemas e buscar soluções.”
Omar Aziz
Com informações do Congresso em Foco