Este ano, em função da pandemia, as eleições acontecem em um dos períodos mais emblemáticos para a luta antirracista brasileira: novembro, o Mês da Consciência Negra, podendo abrir caminho para candidaturas negras ocuparem espaço no poder publico.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), informa a Época, o número de candidatos autodeclarados negros (pretos ou pardos) superou o total de brancos para as eleições municipais de 2020. Pelos dados do tribunal, 276 mil candidatos negros vão concorrer nas eleições de 2020, o que representa 49,95% do total. Já as candidaturas brancas representam 48,04%.
Com a chegada da votação no próximo domingo (15), as eleições taram conta das mídias, das conversas em família e das nossas reflexões sobre que mundo queremos construir.
Ás vésperas das eleições municipais, ocasião na qual escolheremos prefeitas, prefeitos, vereadoras e vereadores. E algo é notável que tenha um um aumento nas candidaturas da população negra (soma de pretos mais pardos) que talvez demonstre um pequeno avanço de representatividade racial no cenário político brasileiro.
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A importância e o aumento da representatividade negra nas urnas eleitorais se confirma pelo número de candidatos autodeclarados pretos e pardos.
Candidaturas negras impulsionadas
Esse aumento foi impulsionado por uma decisão do TSE que passou a determinar regras para a distribuição proporcional de recursos e de tempo de propaganda eleitoral aos candidatos negros, o que por si só já está sendo considerado um marco na história eleitoral do Brasil, já que pela primeira vez, desde que o TSE passou a coletar informações de raça em 2014, os candidatos brancos não representam a maioria dos concorrentes às vagas eletivas.
Apesar do avanço na presença de negros nas candidaturas eleitorais, quando consideramos o tamanho da população negra no País, que representa 56,2%, segundo dados do IBGE (2020), a sub-representação permanece, ou seja, assim como nas empresas e em outros cargos de poder, ainda há muitos espaços a serem ocupados por profissionais negros.
Essa desigualdade na política se acentua ainda mais quando analisadas as candidaturas de pretos e de pardos para cargos de tomada de decisão mais importantes, como prefeitos e vice-prefeitos, já que 63% dos candidatos a prefeito e 59% dos candidatos a vice-prefeito são brancos.
Somente para vereadores, as candidaturas de brancos não superam as de negros.
Com informações da Época