As políticas públicas para a comunidade LGBTQIA+ foram amplamente debatidas durante o XV Congresso Constituinte da Autorreforma do PSB, realizado em Brasília. Para ocupar os espaços e ter mais representatividade política, candidaturas fortes estiveram na pauta de discussões.
“Nossa missão não é unicamente constituir candidaturas. Temos obrigação moral com a sociedade brasileira de provar que esse partido tem um conteúdo socialista que representa a esquerda e representa todo mundo. Precisamos entender que o nosso papel é caminhar monitorando e cobrando que a nossa retomada de poder da esquerda seja valorizando os LGBTS”, enfatizou a secretária Nacional do Segmento LGBT Socialista, Tathiane Araújo, que também preside a organização Rede Trans Brasil.
A reunião teve fortes questões levantadas como a transfobia e a homofobia. Thatiane destacou que o Brasil é um dos países que mais matam travestis e pessoas trans.
“Eu sou uma mulher trans e fiz 41 anos este ano. Já passei muito da média de vida de nossa população”, constatou.
Por isso, ela afirma que é preciso entender a importância do segmento LGBT para que dentro e fora do partido, todos entendam a urgência da causa LGBTQIA+.
Primeira vereadora trans do PSB
O encontro contou com a presença da primeira vereadora trans do PSB, Lunna da Silva, conhecida como Titia Chiba, do município mineiro de Pompéu, fez um relato emocionante sobre sua trajetória de resistência.
“Me perguntaram se tenho marcas da vida. Se eu tirar a roupa aqui, as pessoas ficariam espantadas. Eu já apanhei e fui humilhada de todas as maneiras que possam imaginar na vida. Mas eu nunca desisti dos meus sonhos. Se eu não acreditar em mim, quem vai acreditar? E, hoje, eu tenho uma legião de pessoas que acreditam em mim porque eu mostrei para eles do que eu sou capaz”, afirmou.
Também presente no congresso socialista, a secretária LGBT do PT, Janaina Oliveira, lembrou que a ameaça fascista que ronda o Brasil atualmente não atinge apenas a comunidade LGBTQIA+.
Por isso, é urgente a proteção das mulheres, da juventude, da população negra, das crianças e adolescentes.
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“Nós entendemos que não é só as nossas vidas que precisam ser protegidas desse processo fascista. Precisamos estar ativos e ativas para promover as mudanças que a gente precisa [porque] nós iremos disputar mentes e corações”, disse.
Por Omara Soares