Durante a COP26, em Glasgow, na Escócia, foi divulgado que o Brasil está em 33º lugar no ranking que mede o desempenho de 62 países no combate às mudanças climáticas. O país caiu oito posições em relação ao relatório do ano passado, recebendo classificações alta para uso de energias renováveis, média para emissões de gases de efeito estufa e muito baixa para política climática.
O Índice de Desempenho em Alterações Climáticas (CCPI – Climate Change Performance Index) foi apresentado pela Germanwatch, pela NewClimate Institute e pelo Climate Action Network (CAN) nesta terça-feira (9), durante a COP26, em Glasgow, na Escócia.
A política de destruição de florestas do governo Bolsonaro trouxe esse resultado. Tal fato já vinha sendo observado por vários grupos militantes em defesa da floresta, tanto no Brasil quanto no exterior.
Os principal fator é o aumento do desmatamento em todos os anos do governo Bolsonaro, principalmente no que diz respeito à Amazônia. Entre 2019 e 2020 a floreta amazônica teve 11.088km² áreas devastadas, é a maior taxa registrada desde 2008.
Estudiosos e militantes do meio ambiente alertam que, se tal tendência de destruição da Amazônia for mantida, as consequências climáticas serão sentidas em níveis globais.
“O Brasil anunciou uma meta de longo prazo de atingir as emissões líquidas zero até 2050, mas não há políticas concretas para implementar o que é necessário para alcançá-la”, diz o documento.
O relatório afirma que “nenhuma estratégia de longo prazo foi projetada” e “as instituições que desempenham papel importante na política ambiental sofreram ataques e cortes de financiamento do governo federal”.
O CCPI diz, ainda que questões-chave, como redução das emissões do uso de combustíveis fósseis, não têm políticas claras e as metas anunciadas pelo país “não estão alinhadas” com o objetivo de limitar o aquecimento global.
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O relatório reconhece o crescimento do uso de energias renováveis no Brasil, “graças ao aumento do uso das energias eólica e solar, além das substanciais hidrelétricas existentes”, mas aponta que o potencial continua “subutilizado”.
“Menos de 6% da produção de eletricidade do Brasil vem de fontes renováveis. Os altos níveis de hidrelétricas levam a uma classificação muito alta para energias renováveis, mas essa dependência torna o país vulnerável a secas, o que, por sua vez, aumenta o uso de eletricidade fóssil”, diz o documento.
Os observadores da CCPI também apontaram falta de políticas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em nível nacional. “Os especialistas reconhecem o desmatamento generalizado como um dos maiores problemas do país”, afirmam.
Ninguém no topo do ranking
Os escandinavos estão no topo do ranking de 62 nações, apesar de nenhum país estar nas três primeiras posições porque os observadores consideraram que nenhum adotou o caminho necessário para manter o aquecimento global dentro do limite de 1,5ºC.
Os países escandinavos lideram o caminho de proteção do clima, juntamente com Marrocos (8º) e o Reino Unido (7º). Os mais bem colocados – Dinamarca, Suécia e Noruega – ocupam respectivamente as posições 4º, 5º e 6º.
Com informações do Valor Econômico