Nas palavras do ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta, o ministro da economia, Paulo Guedes, é “um desonesto intelectualmente, uma coisa pequena, um homem pequeno para estar onde está”. A declaração foi dada durante depoimento na CPI da Pandemia, nesta terça-feira (4), no Senado Federal.
Mandetta não economizou nos ataques ao chefe da Economia do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). O ex-ministro também reclamou de falta de apoio do Ministério da Economia para construção de ações conjuntas. Com isso, afirmou que Paulo Guedes “não ajudou em nada” o Brasil nos primeiros meses da pandemia da Covid-19.
Leia também: CPI da Pandemia: Eduardo Pazuello escapa de depoimento nesta quarta
Resposta de Mandetta a Guedes
As declarações de Mandetta foram uma resposta a uma entrevista dada por Paulo Guedes durante à CNN Brasil, em março deste ano. Na ocasião, Guedes jogou para o ex-ministro a responsabilidade sobre falta de vacinas afirmando que o governo desembolsou R$ 5 bilhões no bolso. “Desde aquela época que deveríamos estar comprando vacina, não é mesmo? O dinheiro estava lá”, disse Guedes.
Mandetta foi o primeiro depoente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada no Senado para apurar as omissões do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à pandemia. Para a quarta-feira (5) está prevista fala do ex-ministro Nelson Teich. Já o depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello, que estava agendado inicialmente para a quarta-feira, foi adiado por 15 dias.
Omissões da Economia entram no radar de CPI
As declarações de Mandetta prometem dar novos capítulos à CPI da Pandemia no Senado.
No final do dia, o senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da comissão, protocolou um requerimento convocando o ministro Paulo Guedes para depor. Inicialmente, apenas as ações executadas no âmbito da pasta da Saúde estava no radar dos senadores.
Em um dos momentos, Mandetta destacou a falta de diálogo entre as duas pastas.
“O distanciamento entre os dois ministérios (Saúde e Economia) era real. Eu dialogava, de vez em quando, com o segundo escalão, mas os telefonemas para o ministério não eram respondidos”, declarou.
Ele também criticou a projeção errônea feita pela Economia de que a “pandemia seria curta”.
“Eu avisei ao Ministério da Economia sobre todos os detalhes. Falei quanto tempo deveria durar a primeira onda, quantos pacientes poderiam ser infectados e mortos, em 2020, enfim, todos os números. Era preciso que os dois ministérios adotassem notas técnicas conjuntas, mas não foi isso que aconteceu”, Mandetta.
Guedes pede paciência com desempenho da economia
Enquanto o ex-ministro da Saúde dava depoimento na CPI da Pandemia, o ministro da Paulo Guedes prestava esclarecimentos à Câmara sobre distorções entre as projeções econômicas feitas pelo governo, no ano passado, e o déficit previdenciário final.
Guedes pediu à sociedade mais tolerância em relação aos resultados econômicos. “Mais respeito, mais tolerância para escaparmos dessa espiral de ódio.”
Um relatório do Tribunal e Contas da União (TCU) indica que os números apresentados para justificar a aprovação da reforma da Previdência apresentam “distorções bilionárias”.
Com informações da Revista Fórum e da Carta Capital