
Além do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a CPI da Pandemia no Senado deve indiciar dois dos seus filhos: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos).
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Junto com os irmãos, devem entrar na lista o ex-secretário de Comunicação da presidência da República, Fábio Wajngarten, e o assessor da área internacional Filipe Martins.
De acordo com informações da coluna de Malu Gaspar, em O Globo, os quatro deverão responder à comissão por disseminação de fake news. Eles estão entre as mais de 30 pessoas que deverão ser alvo do relatório, previsto para ser apresentado no próximo dia 19 e votado no dia seguinte.
O relator Renan Calheiros e a equipe de juristas que assessora a CPI estão escrutinando trocas de mensagens dos filhos do presidente que comprovariam o envolvimento com o esquema de divulgação de notícias falsas sobre o coronavírus, vacinação e tratamentos sem eficácia contra a Covid-19.
As mensagens estão no material compartilhado com a CPI pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito das fake news. A investigação apura a disseminação de conteúdos falsos por autoridades e influenciadores bolsonaristas que receberam dinheiro público por meio de anúncios em seus sites e canais na internet.
No caso de Eduardo, a principal evidência para o indiciamento são as mensagens trocadas com empresários que os membros da CPI chamam de “patrocinadores” da máquina de fake news na pandemia, entre eles o dono da Havan, Luciano Hang e o ex-gestor de fundos do banco Lehman Brothers Otávio Fakhoury.
Fakhoury, por sua vez, admitiu na CPI a doação de R$ 200 mil para o Instituto Conservador Liberal, de Eduardo Bolsonaro. Segundo apurou a comissão, Eduardo e Fakhoury também planejaram comprar uma rádio para disseminar conteúdo.
Já Carlos Bolsonaro aparece trocando mensagens com Filipe Martins a respeito do conteúdo sobre a pandemia a ser distribuído nas redes bolsonaristas.
Para a cúpula da comissão, é certo que Carlos compõe e coordena o chamado gabinete do ódio. O que os assessores da CPI ainda estão estudando é se os filhos do presidente podem ser enquadrados em algum crime e qual seria.
Com informações da coluna de Malu Gaspar