
A CPI da Pandemia no Senado decidiu nesta quarta (11) que vai sugerir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelos crimes de curandeirismo, charlatanismo, de epidemia e de publicidade enganosa. Somados, eles podem resultar em uma pena máxima superior a 18 anos de prisão.
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A medida foi discutida nesta quarta (11) entre o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente, Randolfe Rodrigues, e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
De acordo com Renan Calheiros, a decisão foi tomada depois do depoimento do diretor da farmacêutica Vitamedic, Jailton Barbosa, em que ficou claro que a empresa patrocinou a publicidade da ivermectina como se ela tivesse efeito contra a Covid-19, o que não é verdadeiro.
O presidente Bolsonaro foi um dos principais propagadores do uso do remédio no tratamento da Covid.
A equipe de Renan Calheiros selecionou sete vídeos em que o presidente aparece falando bem do medicamento, em lives, discursos ou em conversas com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.
Os senadores vão enquadrar também as fabricantes de ivermectina.
Aprovada acareação entre Onyx e Luis Miranda
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), comunicou a aprovação do requerimento para a realização de acareação entre o atual ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que denunciou esquema de corrupção nas negociações para a compra da vacina indiana Covaxin.
Depois de concluir seus trabalhos, a CPI faz um relatório e encaminha ao Ministério Público Federal com sugestões de indiciamento daqueles que entender que cometeram crimes.
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Assista à reunião da CPI
Marcos do Val responsabiliza os médicos pelo uso do tratamento precoce
Marcos do Val afirmou que a divulgação para a utilização do “tratamento precoce” para covid-19 com o uso de cloroquina e outros medicamentos é de responsabilidade dos médicos. O senador afirmou que o presidente Jair Bolsonaro nunca receitou medicamentos.
O senador questionou o depoente se a Anvisa exigiu a receita médica da ivermectina assim como foi feito com a hidroxicloroquina. Segundo o depoente, em um primeiro momento a exigência foi feita, mas depois voltaram atrás por ser um medicamento para uso de outras doenças populares, como a sarna.
Diretor reconhece que empresa não tem estudo para ivermectina
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), voltou a questionar se a Vitamedic tem algum estudo para continuar defendendo a ivermectina, quando alguns fabricantes já negaram sua eficácia para a covid-19. Em resposta, Jailton Batista citou que há vários ensaios no mundo que apontam a eficácia da ivermectina, mas reconheceu que a empresa não tem um estudo clínico específico sobre o remédio. O senador reforçou a falta de ética da empresa em financiar a publicidade do medicamento e Jailton se justificou dizendo que a prescrição é responsabilidade do médico.
Com informações da Folha de S.Paulo e Agência Senado