O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos) divulgou nesta quinta-feira (19) um vídeo em que faz falsas acusações contra seu adversário no segundo turno, Eduardo Paes (DEM), e também contra o PSOL.
Em uma reunião na noite de quarta-feira com apoiadores, Crivella também promoveu ofensas, inclusive de caráter homofóbico, contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Segundo o Globo, Eduardo Paes e Marcelo Freixo, liderança do PSOL no Rio, reagiram aos ataques caluniosos de Crivella afirmando que irão processá-lo, inclusive na esfera criminal.
Propagação de fake news
No vídeo, Crivella aparece acompanhado do deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), que é investigado no inquérito das fake news que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) e já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de difamação, injúria e coação por ter xingado o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito.
Na gravação, feita enquanto os dois aguardavam para se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, o prefeito afirma na gravação que uma vitória de Paes nas eleições significaria a implementação da “pedofilia” nas escolas do Rio. Ele justifica a falsa acusação afirmando que isso se daria pelo apoio do PSOL ao ex-prefeito.
“A atitude reflete o desespero de ambos com a crescente perspectiva de derrota nas urnas. De toda forma, não imaginava que seriam capazes de ir tão longe na baixeza e na mentira. A única coisa positiva desse episódio é o fato de poder ver ambos saindo detrás das sombras da Fábrica de Fake News por meio da qual eles vêm operando de forma apócrifa e criminosa durante toda essa campanha. Ambos serão processados eleitoral, cível e criminalmente por mais essa gravíssima e mentirosa acusação” disse Eduardo Paes, em nota.
Em transmissão na internet, Freixo também disse que levará Crivella à Justiça.
“Você vai ser processado, vai responder na Justiça. Isso é o desespero de quem vai tomar uma surra eleitoral. Você vai sair da prefeitura como um ser rastejante. Você é um ser político rastejante, Crivella”, afirmou Freixo, acrescentando que não há possibilidade de o PSOL integrar um eventual governo Paes no Rio. “Faremos oposição a ele, uma oposição responsável”, completou.
PSOL irá processá-lo
A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio vai incluir o vídeo com as falsas acusações de Crivella a um processo já existente contra o prefeito por outras declarações falsas durante a eleição – ela afirmou, em um debate no primeiro turno, que Renata Souza, candidata do PSOL, pretendia levar um “kit gay” para as escolas municipais.
O chamado “kit gay” que nunca existiu, é um nome pejorativo usado para atacar o projeto “Escola sem Homofobia”, anunciado pelo governo federal em 2004. O projeto, que não chegou a ser executado, contaria com um caderno, boletins e cartas de apresentação para gestores e educadores. Este conjunto de materiais não incluía nenhum livro ou “kit” estimulando práticas sexuais por crianças.
Ofensas
Já o vídeo que mostra Crivella ofendendo João Doria na noite de quarta-feira foi gravado por uma pessoa presente na reunião do prefeito com apoiadores. Ao se referir a Doria, Crivella o chamou de “vagabundo” e “viado“, num ataque homofóbico. Na manhã de ontem, Crivella pediu desculpas a Doria em uma rede social, classificando as ofensas como “excessos”.
Doria rebateu: “Lamento que o prefeito do Rio, um pastor que deveria ser um exemplo, faça ataques, use palavrões e o preconceito para se referir a um governador”, declarou.
Com informações do Globo