Depois de rifar cargos no Planalto para angariar apoio e eleger os presidentes da Câmara e do Senado, agora Jair Bolsonaro (sem partido) planeja fazer uma reforma ministerial “a conta-gotas” para testar a fidelidade dos partidos do Centrão à pauta governista. A estratégia vem sendo articulada nos bastidores pelo presidente e seus ministros, a fim de evitar a traições em votações de projetos prioritários para o governo bolsonarista e para impedir que novos espaços e cargos comecem a ser exigidos pelo bloco.
De acordo com matéria publicada nesta quarta-feira (3) pelo jornal Folha de S.Paulo, para evitar os efeitos colaterais em médio prazo, a ideia avaliada por Bolsonaro é, neste primeiro momento, nomear indicados dos partidos aliados em apenas duas pastas: Cidadania e Desenvolvimento Regional. A primeira seria usada para fazer um aceno à Câmara e a segunda, uma sinalização ao Senado.
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Na segunda-feira (1º), Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-PI) venceram com grande vantagem seus adversários no Senado e na Câmara, respectivamente, após intervenção do Palácio do Planalto, em meio a escândalos de liberações recordes de emendas e muitas promessas de vagas na Esplanada e adjacências.
Incógnita sobre a nova base aliada de Bolsonaro
Segundo o jornal, apesar das vitórias expressivas, o Planalto ainda não sabe o tamanho real de sua nova base aliada, já que os 302 votos recebidos por Lira e os 57 que elegeram Pacheco não são, necessariamente, de parlamentares bolsonaristas.
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Para abrir espaço na pasta da Cidadania, a ideia é transferir o ministro Onyx Lorenzoni (DEM) para a Secretaria-Geral, que desde o início do ano está sem ministro efetivo. Para reacomodar Onyx, a pasta deve ser desidratada, perdendo o comando da Subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ), que passará a ser vinculada diretamente ao gabinete presidencial.
Nome cotado entre deputados
Para o comando da Cidadania, o favorito é o deputado federal Márcio Marinho (Republicanos-BA), que integra a bancada evangélica e é próximo do presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira (SP). A legenda se alinhou a Lira após indicações de cargos na máquina federal.
Marinho foi líder do partido em 2016, quando o Republicanos, na época ainda chamado de PRB, desembarcou do governo Dilma Rousseff (PT) e anunciou apoio ao impeachment da petista. Um dos pontos de discordância alegados era a política econômica.
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No ano passado, ele defendeu a ampliação do auxílio emergencial para atender também a profissionais do setor cultural, o que sofreu resistência da equipe econômica. O Ministério da Cidadania foi responsável pelo pagamento do auxílio financeiro e cuida do programa Bolsa Família, que, no planos do governo, deve ser reforçado.
Agrado a aliados do Senado
Já o comando de Desenvolvimento Regional foi oferecido ao agora ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), que recusou o convite. Ele, porém, quer indicar um aliado para o posto. O principal nome avaliado por ele para a posição é o do líder do governo no Congresso, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO).
Pela nova estratégia do governo, as demais mudanças em pastas ministeriais ficariam para o segundo trimestre deste ano, período em que o Planalto pretende aprovar a reforma administrativa, formulada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Com informações da Folha de S.Paulo
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