
O deputado federal da extrema direita bolsonarista, Daniel Silveira (PSL-RJ), assumiu na sua conta no Instagram que tem contribuído para mapear projetos culturais que utilizam verbas federais e sejam ligados a pessoas que divergem do posicionamento político do atual governo.
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Sem qualquer resquício de constrangimento, o parlamentar registrou encontro com o secretário especial de Cultura do governo federal, Mário Frias, e avisou que o sorriso da dupla na foto publicada “representa o nosso deboche para este câncer chamado esquerda, pois vamos desmontar a mamata de vocês”.
Repercursão na bancada socialista
O deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE), líder da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Cinema e do Audiovisual Brasileiros, reagiu às declarações de Silveira sobre o encontro com o secretário de Cultura do governo federal.
“É a confirmação escandalosa do aparelhamento da administração Pública, para perseguir adversários políticos, marca do governo Bolsonaro, além de configurar presumível ato de improbidade do agente público.”
Tadeu Alencar (PSB-PE)
Bolsonarista imerso em polêmicas
O parlamentar do PSL, legenda que elegeu Jair Bolsonaro (sem partido), é frequentador assíduo do noticiário, menos pela produção parlamentar e mais pela truculência e obscurantismo.
Há poucos dias Silveira foi retirado pela Polícia Federal de um voo São Paulo-Brasília. Ele se recusou a usar máscara, que chama de “focinheira ideológica” e é de uso obrigatório por todos os passageiros. Na ocasião, Silveira alegou que teria dispensa médica para não utilização de máscara, mas a desculpa não colou.
Não é apenas em voos que o peselista se recusa a usar a máscara de proteção contra o coronavírus. Ele circula pelo Congresso Nacional sem pudor e sem o acessório.
Propagador de fake news e ódio
O político também é um dos grandes propagadores de mentiras sobre o “tratamento precoce” da Covid-19. Tanto que no dia 16 de janeiro o peselista teve postagens no Twitter marcadas como “publicação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à Covid-19”.
O político carioca também acabou conhecido em todo o país após quebrar com violência uma placa que replica sinalização de logradouros públicos em alusão à vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), vítima de um assassinato de cunho político em abril de 2018. A imagem da cena protagonizada por ele circula até hoje na web.
Parece interminável a lista de absurdos do policial militar fluminense. Em sua conta no Twitter, o bolsonarista indicou que a extrema direita brasileira poderá seguir o roteiro golpista de Donald Trump.
Numa postagem posteriormente apagada, o parlamentar carioca escreveu, a pretexto de responder à cobertura da imprensa que registrou a tentativa de golpe trumpista: “Errado! A manifestação demonstra a insatisfação e indignação dos cidadãos norte-americanos que tiveram seu direito de escolha fraudado e roubado. Perder na disputa, aceitamos, mas para vagabundos ladrões não!”.
Censura como na Alemanha nazista
A tática de censusar manifestações artísticas que divergem do governo já foi adotada pela Alemanha nazista. Tão logo destruíram a democracia alemã, os nazistas deram início a uma verdadeira “caça às bruxas” com o propósito de eliminar qualquer divergência de pensamento.
O Ministério da Propaganda Nazista, dirigido por Joseph Goebbels, assumiu o controle de todos os meios de comunicação alemães: jornais, revistas, livros, exposições artísticas, músicas, filmes, rádio, reuniões públicas e comícios. As ideias que os nazistas acreditassem que de alguma maneira ameaçassem o regime ou as convicções nazistas eram censuradas ou excluídas da mídia.