
Coincidência ou crime premeditado? Antes dos crimes de terrorismo ocorridos nas sedes dos poderes brasileiros em Brasília, no último domingo (8), dois deputados bolsonaristas apresentaram projetos de leis que concedem anistia para crimes políticos e eleitorais.
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Os parlamentares José Medeiros (PL-MT) — alvo de uma ação do PSOL para investigar a participação nos atos terroristas na capital federal —, e o Major Vitor Hugo (PL-GO) proporam livrar os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que tenham participado do bloqueio de rodovias nacionais e demais atos contrários ao resultado das eleições, incluídas as publicações em redes sociais.
Ambos os textos apresentados ocorreram após o período eleitoral, quando bolsonaristas já questionavam a vitória de Lula (PT) e acampavam em frente à quartéis pedindo intervenção militar.
Defensor do garimpo ilegal e um dos bolsonaristas mais ferrenhos, Medeiros foi um dos principais incitadores do ato terrorista quando os manifestantes já haviam destruído parte dos prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.
“Essas pessoas estariam em casa se o complexo de soberano não tivesse sido tão forte no ministro Alexandre, ao decidir não dar explicação para dúvidas simples, gerou revolta de quem verdadeiramente tem o poder, o povo, não se enganem ou baixa a bola ou vai piorar”, tuitou às 18h10 do domingo, quando as forças de segurança tentavam conter os terroristas.
Essas pessoas estariam em casa se o complexo de soberano não tivesse sido tão forte no ministro Alexandre, ao decidir não dar explicação para dúvidas simples, gerou revolta de quem verdadeiramente tem o poder, o povo, não se enganem ou baixa a bola ou vai piorar.
— José Medeiros (@JoseMedeirosMT) January 8, 2023
O outro congressista apoiador de Bolsonaro, Vitor Hugo, diz que a iniciativa preserva manifestações que, em sua opinião, são democráticas. “Infelizmente, essa convicção não é a mesma de importantes setores da sociedade que podem impor às famílias hoje acampadas acusações de crimes, o que se configuraria na maior das contradições: aqueles que lutam, pacificamente, pela democracia são os acusados de atentar contra ela”, afirmou.
É válido ressaltar que questionar a vitória de candidatos eleitos e a lisura do processo eleitoral brasileiro devido a insatisfação com o resultado é atentar contra a democracia.