
Em entrevista ao Valor, o professor de ciência ambiental da Universidade de São Paulo (USP), Ricardo Abramovay, afirmou que a destruição da Amazônia e o mau uso de seus recursos são um erro estratégico que o Brasil terá que resolver nos próximos anos.
“Usamos parte importante no nosso território, que é a Amazônia, mas também o cerrado e a caatinga, sob a base da destruição ou de uma produção de riqueza muito precária. Este é um dos mais graves problemas estratégicos que o Brasil tem que resolver nos próximos dez anos.”, afirmou.
Para o especialista, o desafio do país é fazer com que uma parte importante da região seja conservada, regenerada e seja fonte de riqueza de inovação, de aplicação de ciência e tecnologia. “É uma biblioteca de Alexandria que estamos deixando queimar, sem saber quais riquezas estão lá dentro”, afirmou Abramovay.
Durante a entrevista, o professor destacou que a pauta ambiental ganha espaço entre a sociedade, governos, empresas e mercado financeiro. Em uma possível vitória de Biden nos EUA, pode dar força ao movimento de preservação aos chamados serviços ecossistêmicos, como produção de água, regulação do clima, preservação do solo.
“A palavra mais importante no mundo hoje é biodiversidade. Empresas e organizações estão cada vez mais atentos a isso”, afirma ele.
Ainda segundo Abramovay, com 50% da mata em tese preservada por parques nacionais e reservas, o Brasil poderia se tornar um líder da chamada biodiplomacia, algo que já foi incorporado à agenda da União Europeia. Esse movimento também já atinge China e Índia.
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