
Em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que o Brasil está atrasado na busca por vacinas contra a Covid-19. Para ele, desde a época do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, o governo já deveria ter iniciado a compra por imunizantes.
“A entrega da vacina não está atrasada só agora, não. No primeiro dia, (Luiz Henrique) Mandetta (ex-ministro da Saúde) saiu com R$ 5 bilhões no bolso. É desde aquela época que deveríamos estar comprando vacina, não é mesmo? O dinheiro estava lá”, declarou Paulo Guedes.
A afirmação, no entanto, é equivocada. Mandetta foi Ministro da Saúde até 16 de abril de 2020, quando ainda não havia vacinas disponíveis para compra no mundo inteiro. Os primeiros imunizantes começaram a ser negociados entre junho e julho, quando os Estados Unidos, por exemplo, compraram doses da Pfizer, e o ex-ministro Eduardo Pazuello já havia assumido interinamente.
Apesar da crítica ao governo federal, Guedes não deixou de culpabilizar os governadores pela gestão de leitos. Atualmente, cerca de 18 capitais estão com 90% das UTIs lotadas, próximos ao colapso na saúde.
“Era possível ter sido mais rápido? Sim. Era possível que a mídia fosse mais construtiva? Era possível que os governadores ajudassem também? O dinheiro foi para os estados. Então, por que os leitos foram desativados? Pois todos nós achávamos que a pandemia estava indo embora”, concluiu Guedes.
Guedes e as privatizações
Na segunda-feira (15), o Congresso promulgou a PEC Emergencial, que libera R$ 44 bilhões, fora do teto de gastos, para a volta do auxílio emergencial. Além desse benefício, o governo quer repetir os programas que tiveram resultados positivos no ano passado e impediram que a queda da atividade econômica fosse ainda maior que 4,1%, como o Benefício Emergencial.
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“Em vez de dar seguro-desemprego, em que você espera a pessoa ser demitida para dar R$ 1,1 mil, que é o salário-mínimo, vamos nos antecipar. Vamos dar a metade desses recursos para ele continuar empregado”, explica o ministro.
Outro ponto que o governo Bolsonaro deve focar em curto e no médio prazos são as privatizações dos Correios e da Eletrobras. “Teremos outras (privatizações) também. O importante é que destravamos a pauta do Congresso.”
Com informações da CNN Brasil