Nesta terça-feira (30) eu conheci na China mais um projeto de refit – transformação de um ambiente urbano para uma nova finalidade – de Beijing. Eu e o grupo de colegas jornalistas de vários países visitamos o 751 Design Park (751D-Park), uma antiga usina de energia que agora abriga empreendimentos criativos e culturais, a convite do jornal chinês Global Times.
O local onde funcionou de 1954 a 2003 a estatal Beijing Zhengdong Electronic Power Group, conhecida como 751 Factory, era a única empresa de energia integrada básica no sistema industrial eletrônico da China e uma das três grandes usinas de fonte de gás em Beijing. Com a atualização gradual das indústrias de calor e eletricidade da era da queima de carvão para a era do gás natural da capital chinesa, a linha de produção de gás de carvão cessou a operação em 2003.
Em março de 2007, o 751D·PARK foi apresentado oficialmente e passou a ser um importante local da indústria cultural de Beijing e funciona como um parque de demonstração da indústria cultural e criativa da capital chinesa. O espaço combina o visual industrial único e abriga empreendimentos de tecnologia, moda, arte, cultura e outros criativos.
Por lá são realizadas feiras, exposições e lançamentos de produtos. Também são promovidas transações, inovações e incubações. A proposta é integrar indústrias culturais e tecnológicas de ponta, como big data e hardware inteligente, design de moda, arquitetura, móveis, automóveis e outros campos da economia criativa.
Entre as principais atividades do local está o fomento ao ecossistema de moda da capital chinesa, ou seja, minha praia. O parque incentiva o encontro entre designers e instituições culturais para o lançamento de coleções de alta qualidade. Atualmente, mais de 150 estúdios de design e empresas de apoio se mudaram para o parque e mais de 1500 designers se instalaram por lá.
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Tanto que hoje em dia o 751D·Park é a primeira opção de marcas de moda nacionais e estrangeiras que querem fazer lançamentos originais. O parque realiza mais de 500 atividades culturais e criativas a cada ano, com a participação de mais de 2 milhões de pessoas. O local ja recebeu eventos como China Fashion Week, China Graduate Fashion Week e Beijing Design Week-751 Design Festival.
Um dos diferenciais da antiga usina é o visual industrial, que oferece cenários originais para desfiles, apresentações e até lojas fixas. Como a Praça do Trem, que cobre uma área de 750 metros quadrados, com um comprimento de 30 metros de norte a sul e uma largura de 25 metros de leste a oeste. O nome do local faz referência ao trem a vapor que data dos anos 1970 que está preservado intacto. A atmosfera histórica da civilização industrial se tornou fonte de inspiração para designers e fotógrafos.
Já o Fashion Echo é um espaço para exposição projetado pelo designer taiwanês Lin Xianneng. Equipamentos de gás foram renovados com conceitos de design moderno e o lugar reutiliza o patrimônio industrial e destaca a identidade cultural. São 3.400 m2 com loft de três andares, incluindo varanda na cobertura.
Outro cenário do parque é a Praça do Forno, uma escultura industrial única que cobre uma área de 6.480 m2 e se tornou um dos locais preferidos para fotografia industrial, realização de feiras de design criativo, exposições, lançamentos de marcas, experiências de condução de automóveis, entre outras atividades criativas.
O Power Square cobre uma área de 1600 m2 e preserva vários equipamentos de produção de gás bruto intactos, como dutos cruzados e chaminés de arranha-céus, que constituem outra escultura industrial única onde são promovidos intercâmbios culturais internacionais, festivais de música, experiências interativas e outras atividades culturais públicas de grande escala.
Até amanhã!