
A única cidade do Brasil com dois candidatos de esquerda no segundo turno, Recife vem protagonizando uma disputa acirrada. Pesquisa Datafolha divulgada nessa quinta-feira (26) mostra Marília Arraes (PT) com 43% das intenções de voto e João Campos (PSB) com 40%. Anteontem, no entanto, o Ibope apontou o candidato do PSB com 43% e a do PT com 41%.
Na reta final da corrida, que se encerra neste domingo (29), Campos analisou o cenário político atual em entrevista ao jornal O GLOBO. Segundo o deputado, “é muito pouco provável” que seu partido esteja junto com o PT em 2022.
“Acho que é cedo, mas é muito pouco provável estarem juntos. Agora, um compromisso que eu tenho aqui, na minha gestão, nos quatro anos, é que não vai ter nenhuma indicação política do PT”, afirmou.
Sobre as eleições atuais, que nesse segundo turno se destaca pelos ataques entre os candidatos, Campos afirma: “Podem olhar todas as entrevistas, sabatinas, debates, tudo que fiz, nunca agredi ninguém de ordem pessoal. Agora, eu não vou abrir mão de fazer críticas de ordem profissional, de produtividade do mandato.”
Entre as críticas direcionadas a Marília, o candidato do PSB afirma que, caso a adversária vença, “figurões do PT de São Paulo” mandariam na prefeitura de Recife. Ele explica que isso seria uma consequência após a petista se candidatar mesmo contra a instância municipal e estadual da sigla.
“A candidatura do PT no Recife foi decidida em São Paulo e imposta pela executiva nacional do partido. O PT não fez nenhuma cidade entre as 100 maiores do Brasil e está disputando o segundo turno no Recife. Então naturalmente deve haver esse sonho de dirigentes nacionais de ocuparem espaços.”
Por que o PSB deve continuar a administrar o Recife?
“O Recife conseguiu avançar de maneira considerável nos últimos anos diante de um cenário de instabilidade política sem tamanho no Brasil, com três diferentes presidentes, crise econômica e política, fiscal, e agora uma crise sanitária sem tamanho. Quando você olha para o Recife, avançamos muito. Mas meu compromisso é fazer o que falta.”
Confira entrevista completa aqui.