De que forma a Economia Criativa pode se estabelecer em uma região de comércio tradicional?
Não existe uma fórmula mágica para a Economia Criativa se estabelecer em alguma região. Um espaço / bairro já tradicional em comércio de confecção pode vir a abrigar espaços criativos como um co-working e que tenha foco no mesmo segmento. Mas como uma andorinha sozinha não faz verão é necessário um conjunto de outros empreendimentos e movimentos para que a localidade comece a ganhar uma nova cara.
Os distritos criativos muitas vezes acontecem por vocação local. Temos na cidade de São Paulo vários distritos temáticos. Rua das Noivas, a região da Santa Efigênia que concentra eletro-eletrônicos, a região do Brás e do Bom Retiro que congregam confecções.
O Bairro da Vila Madalena é uma localidade que começa a se fortalecer nesse sentido congregando associações sem fins lucrativos e vários empreendimentos com foco em criatividade, cultura, lazer e turismo.
Outros bairros se destacam também pela concentração de algum tipo de atividade cultural ou mesmo de espaços que provocam e compartilham arte. Assim acontece com o Capão Redondo onde encontramos um grande movimento hip-hop. E ainda temos a Avenida Paulista que já é conhecida mundialmente como uma avenida que concentra um grande número de espaços culturais, teatros, cinemas, praças, museus de arte além de artistas de rua e muita atividade nos finais de semana e também com as manifestações que acontecem por lá.
Em alguns países o Distrito Criativo é de alguma forma provocado por gestores públicos que acreditaram na criatividade como mola propulsora de uma nova economia. Assim nasce a partir de um eixo central ou de uma vocação local um novo distrito criativo.
Houve recentemente uma iniciativa (que parou) na Câmara de Vereadores de São Paulo para se instituir de vez os Distritos Criativos na cidade a partir do primeiro que congregaria a região da Luz.
Acredito na força da criatividade para provocar desenvolvimento local. Mas ainda temos muito a aprender.