Se a economia criativa fosse um país, teria o 4º maior Produto Interno Bruto (PIB) do mundo com U$ 4,4 trilhões e 144 milhões de pessoas empregadas, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Para contribuir com o desenvolvimento do setor e reforçar a importância da economia criativa para o Brasil, a economista Gina Gulineli Paladino lança o livro “Economia criativa, cidades, clusters e desenvolvimento”, neste sábado (21), em Curitiba.
O objetivo da autora é mostrar por meio de uma visão econômica – sem ser economicista – que os protagonistas desse modelo econômico são classes criativas, empreendedores, investidores, planejadores e gestores urbanos.
A autora destaca que o que diferencia a economia criativa de outros setores econômicos é a sua matéria-prima: cultura e criatividade pautadas pela inovação.
No Brasil, mais de 830 mil profissionais criativos estavam empregados no mercado de trabalho formal, em 2017, de acordo com o Mapeamento da Indústria Criativa, feito pela Casa Firjan, do Sistema S.
A Organização Mundial do Trabalho (OIT) estima que o crescimento anual do mercado criativo deve girar entre 10% e 20% nos próximos anos em todo o mundo.
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E se engana quem pensa que a economia criativa é um mercado restrito. A maioria desses profissionais está vinculada aos 245 mil estabelecimentos dos segmentos criativos, mas o restante trabalha nos demais setores produtivos.
“São segmentos criativos, ou seja, ativos intangíveis com propriedade intelectual garantida. Esses serviços apresentam maior capacidade de gerar empregos com maior remuneração, principalmente entre os jovens; se bem articulados e apoiados, são propulsores da inovação e da ampliação da capacidade produtiva do conjunto da economia”, analisa Paladino.
Para todo mundo
O livro tem linguagem acessível e leva em conta que a bibliografia brasileira ainda é escassa neste tema. Ao longo das 62 páginas, a autora aborda a economia criativa em cinco capítulos: Economia criativa; Cidades criativas; Clusters criativos; Criatividade e desenvolvimento; e o gênio criativo de Celso Furtado.
A obra é direcionada tanto para leitores que já conhecem bem o tema, como para os não iniciados. De acordo com Paladino, foi dividida dessa forma para auxiliar no entendimento de temas relativamente novos e complexos.
Como professora de pós-graduação, consultora e palestrante, a autora defende que, em tempos de crise, novos modelos de negócios pautados pela criatividade começam a se destacar.
“Quando a economia criativa cresce, o desenvolvimento econômico avança”, acredita.
Economia criativa para o desenvolvimento
A economia criativa é um dos pilares que deve guiar o plano nacional de desenvolvimento nacional, como o que é proposto pelo PSB. Em sua Autorreforma, aprovada no final de abril, o partido destaca a necessidade de aliar a tecnologia, os diferentes saberes, a cultura e a criatividade para o desenvolvimento sustentável do país.
“A nova economia baseia-se na abundância infinita do talento, da criatividade, da tecnologia e da cultura”, explicam os socialistas no documento da Autorreforma.
Economia criativa na prática
Outros exemplos práticos desse eixo podem ser encontrados do setor de turismo às pesquisas científicas que podem ajudar a explorar de forma sustentável produtos da floresta Amazônica, que traz benefícios tanto para populações locais como para o desenvolvimento de todo o país.
“A economia criativa não é apenas mais um ramo da economia, que reúne uma série de atividades altamente produtivas, mas, sim, uma estratégia de desenvolvimento, que pode possibilitar ao Brasil uma inserção soberana na economia globalizada e nas novas cadeias de valor do mundo moderno”, ressalta o PSB na Autorreforma.
Serviço
Lançamento do livro: Economia criativa, cidades, clusters e desenvolvimento
Local: Palácio Belvedere – Praça João Cândido – São Francisco
Data: 21/05 (sábado) Horário: das 11h às 15h
Disponível nas plataformas: Amazon e Editora Insight