
O presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Siqueira, conta que as negociações para a filiação de Marcelo Freixo, deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, estão “bastante adiantadas”. Em entrevista ao Blog da Cidadania, o dirigente disse que a mudança faz parte de um reposicionamento do parlamentar fluminense para permitir uma aliança mais ampla, que vá além da esquerda, porque “queremos incluir também o próprio prefeito [Eduardo Paes] e seu partido [PSD]”.
Domingos Leonelli, integrante do Diretório Nacional do PSB e coordenador do site Socialismo Criativo, avalia que caso a filiação do parlamentar do Rio de Janeiro se concretize será um ganho para o PSB.
“Se isso se concretizar será um enorme ganho para o partido. Teremos as duas principais lideranças de esquerda do Rio e também dois grandes nomes nacionais em nosso partido: Marcelo Freixo e Alessandro Molon.”
Domingos Leonelli
Filiação antes da janela de transferência
Siqueira defende que a filiação de Freixo ocorra o quanto antes e não espere a janela de transferência de 30 dias, aberta a seis meses da eleição impedindo a perda de mandato por infidelidade partidária. Para isso, o deputado precisaria entrar em acordo com o PSOL.
“É o que se espera, acho que é necessário. Argumento com ele a necessidade, pois para você construir uma candidatura é importante uma preparação, e que a tenha dentro do próprio partido”, afirma o dirigente. Siqueira conta que Freixo e o também deputado federal Alessandro Molon, presidente do diretório fluminense do PSB, tinham rusgas mas que elas foram superadas.
Já o próprio Freixo tem evitado comentar os planos de sua pré-candidatura a governador e troca de legenda, depois de quase 16 anos no Psol.
“Ele [Freixo] realmente tem mantido conversas comigo sobre a possibilidade de vir para o PSB. São conversas muito boas, bastante adiantadas, que espero que se concretize.”
Carlos Siqueira
Encontro com Lula, Freixo e Molon
Freixo e Molon encontraram-se com o ex-presidente Lula, em Brasília, no início do mês, mas o entendimento entre os dois é anterior e não foi articulado pelo petista, afirma Siqueira.
“Não tem nada a ver com a conversa deles com o Lula. Foi muito antes, nos últimos meses. Mas, para fazer a frente, ele [Freixo] precisa conversar com quem quiser”, acrescenta. O líder nacional do PSB nega que a interlocução dos dois deputados com Lula indique que o palanque a governador no Rio vá desfavorecer a candidatura ao Planalto de Ciro Gomes (PDT), como prevê o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi.
“O PSB não se posicionou ainda na sucessão presidencial. Só trabalho com fato. Mas poderia ser um palanque aberto a mais de um candidato presidencial. Existem várias experiências. O [governador do Maranhão] Flávio Dino na última eleição teve o vice do PSDB e, no entanto, ele apoiou o Fernando Haddad (PT) e o vice dele apoiou o Geraldo Alckmin (PSDB). Isso é comum.”
Carlos Siqueira
O presidente do PSB reconhece que, nestes casos, o candidato a governador “pode ter, e normalmente tem, a sua preferência”, mas recebe o candidato a presidente de mais de um partido no seu palanque, e “mostra sua visão ampla de convivência democrática”. Quanto à decisão final, argumenta, ela “é do eleitorado”.
“Agora, cada um vai julgar se isso convém ou não. Se o Lupi acha que não convém, não convém. Mas acho que seria muito interessante, inclusive para o Ciro, uma frente agregando toda a esquerda e centro-esquerda no Rio contra o bolsonarismo, na base do Bolsonaro. Mas cada um tem sua percepção das coisas”, analisa.
Com informações do Blog da Cidadania