A Colômbia vai às urnas neste domingo (19) para o segundo turno das eleições presidenciais de 2022, que põe frente a frente o ex-guerrilheiro de esquerda Gustavo Petro e o populista de extrema-direita Rodolfo Hernández.
Os dois postulantes disputam a sucessão do impopular Iván Duque e o direito de governar o país até 2026.
Ex-prefeito de Bogotá, Petro, de 62 anos de idade, terminou o primeiro turno na frente de Hernández, ex-prefeito de Bucaramanga e de 77 anos (40,34% a 28,17%), mas as pesquisas para as eleições na Colômbia deste domingo (19) apontam um empate técnico entre os candidatos.
As urnas ficam abertas entre 8h e 16h (horário local), e o resultado definitivo deve sair no mesmo dia. Hernández ganhou o apoio dos partidos governistas após o primeiro turno, os mesmos que ele critica por suas alianças e acusa de corrupção.
O populista também se recusou a participar de debates televisivos durante toda a campanha. Petro, por sua vez, representa a maior chance de a esquerda chegar ao poder pela primeira vez na Colômbia, mas é visto por boa parte do eleitorado com desconfiança e até temor devido a seu passado de guerrilheiro.
As eleições serão protegidas por 320 mil policiais e militares, e as autoridades dizem estar prontas para eventuais distúrbios após a divulgação dos resultados. O pleito também será acompanhado por 410 observadores de organismos internacionais, incluindo da União Europeia.
“Que tenhamos a certeza de que o veredito das urnas sempre será respeitado por toda a nação, pelo presidente da República, pelas forças militares e por todas as instituições”, disse Duque.
França realiza eleições legislativas
Os franceses também vão às urnas neste domingo (19) para votar no segundo turno da eleição legislativa para deputado. Está em jogo a definição se o presidente Emmanuel Macron terá ou não maioria na Assembleia Nacional para governar em seu segundo mandato.
A aliança governista ‘Juntos!’ luta para alcançar a marca de 289 deputados eleitos dos 577 postos em jogo neste pleito. Este é o número mágico que garante a maioria dos votos para que Macron possa passar na Assembleia Nacional seus projetos, como a reforma da Previdência.
No entanto, o resultado obtido no primeiro turno mostra um cenário muito concorrido em que tanto a aliança de esquerda, Nova União Popular, Ecologista e Socialista (Nupes), quanto os candidatos de direita podem conquistar cadeiras importantes na Assembleia, complicando o novo governo do centrista.
A aliança macronista e a coalizão de esquerda ficaram praticamente empatadas no total de votos no primeiro turno, realizado no último dia 12. Até agora, apenas cinco deputados foram eleitos, quatro da Nupes, grupo que reúne a França Insubmissa, os Verdes, os Socialistas e os Comunistas, e uma cadeira está garantida para a ala governista. Restam em disputa neste segundo turno 572 cadeiras.
As últimas estimativas apontam que o grupo Juntos! pode conquistar entre 252 e 292 postos. A margem parece estreita para que Macron obtenha a maioria absoluta.
As pesquisas mostram ainda que a Nupes, de esquerda, deve ganhar de 140 a 225 deputados, número insuficiente para que os partidos de esquerda tenham direito ao posto de primeiro-ministro, mas uma bancada forte o bastante para consolidar a oposição.
Nas estimativas, o bloco da direita liderado pelo partido Republicanos desponta como a terceira maior bancada da Assembleia, podendo ganhar entre 42 e 80 cadeiras.
Enquanto o partido de extrema direita de Marine Le Pen deve ampliar sua presença na Assembleia Legislativa, mas com número bem menos representativo. O Reunião Nacional pode conquistar, de acordo com as pesquisas, entre 20 e 50 cadeiras.
Abstenção vai ser decisiva
Durante a semana de campanha, os candidatos foram às ruas da França tentar convencer novos eleitores a participarem neste domingo. A forte abstenção do primeiro turno, de 52%, é a reserva de votos em que todos os partidos apostam para ampliar sua bancada na Assembleia.
A participação no primeiro turno foi especialmente baixa entre os mais jovens: três em cada quatro jovens de 18 a 24 anos não votaram na primeira etapa do pleito. Este é o grupo de eleitores no qual aposta a oposição para infligir uma derrota a Macron.
Caso o presidente não obtenha a maioria, seu governo terá de se sentar na mesa de negociação para colocar seus projetos em prática.
Com informações do Uol e CartaCapital