Aumento de até R$1.600 será concedido para para quem fez cursos ao longo da carreira
Afirmando ter dificuldades para manter o auxílio emergencial de R$ 600 aos informais, Bolsonaro não mede esforços quando se trata de reforçar sua base de apoio. Enquanto milhões de trabalhadores perdem empregos ou são atingidos por suspensão e corte de salários, um grupo de militares terá a partir do mês que vem um aumento de até R$ 1.600 nos rendimentos.
Leia também: Militares da ativa ocupam 2.930 cargos nos Três Poderes
Chamada de “adicional de habilitação”, a benesse foi criada ainda na gestão de Fernando Henrique Cardoso e é dada para quem fez cursos ao longo da carreira. No ano passado, Bolsonaro autorizou o reajuste para até 73% sobre o soldo, em quatro etapas. Na primeira delas, o penduricalho para quem fez “curso de altos estudos”, por exemplo, subirá a partir de julho de 30% para até 42% sobre o valor do soldo.
Segundo o Estadão, com o reajuste, um general de quatro estrelas, topo hierárquico das três Forças, passará a somar R$ 5.600 por mês ao soldo de R$ 13.400. Até então, o adicional era de cerca de R$ 4.000 mensais.
Atualmente, recebem o adicional basicamente oficiais e, no caso do Exército, alguns praças. Militares de baixa patente da Aeronáutica e da Marinha também pressionam para receber.
Sem divulgar dados
O Ministério da Defesa não respondeu qual será o impacto do aumento do adicional na remuneração nem quantos militares da ativa e da reserva terão direito a receber a mais. A pasta confirmou apenas que o pagamento será feito a partir de julho.
Segundo a pasta, as despesas previstas com a reestruturação das carreiras militares são “autossustentáveis” devido as mudanças feitas no sistema de proteção social, com aumento da contribuição para custeio da pensão militar e universalização da cobrança.
“Ajudinha”
Os militares ainda poderão usufruir de outro benefício ampliado na reforma, a chamada “ajuda de custo” na passagem para a inatividade. Com Bolsonaro, o pagamento dobrou e passou a ser oito vezes a remuneração – o almirante Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, por exemplo, teve direito a cerca de R$ 300 mil de uma só vez em maio.