
Em coletiva realizada nesta segunda (30), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defendeu o isolamento social e manutenção das medidas tomadas pelos estados para combater o avanço do coronavírus. Com realocação das coletivas de imprensa para o Planalto e a participação de outras pastas governamentais, o ministro contrariou discurso defendido pelo presidente Bolsonaro.
“Por enquanto mantenham as recomendações dos estados, porque nesse momento é a medida mais recomendável, porque temos muitas fragilidades ainda no sistema de saúde”, declara Mandetta.
Durante a entrevista coletiva, o ministro da Saúde confirmou turbulências dentro do governo, quando questionado sobre atrito com Bolsonaro. Contudo, culpabilizou a crise enfrentada como a causadora dos desentendimentos.
Desde sábado (28), Mandetta vem dando declarações contrárias às de Bolsonaro. O Ministério da Saúde pede para que as pessoas evitem contato e saída de suas residências, para diminuir o risco de contágio. Já Bolsonaro é à favor do isolamento vertical, ou seja, apenas dos grupos de risco, como idosos e pessoas com outras doenças crônicas.
Medidas anunciadas
Em novo formato, os ministérios apresentam suas ações, em cooperação com o Ministério da Saúde, para a contenção da crise epidemiológica instalada no país.
Tarcisio Gomes, ministro da Infraestrutura, anuncia parceria com Mandetta para garantir a entrega dos EPIs (Equipamento de Proteção Individual), com maior rapidez.
Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania, reforçou o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) com injeção de R$2 bilhões no programa de atendimento a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social. Além disso, comunicou que até abril, o Bolsa Família atenderá 14,290 milhões de famílias no Brasil, ampliando a cobertura da assistência a 1,2 milhão de beneficiários.
O Ministério da Defesa afirmou que irá mobilizar as Forças Armadas para as campanhas de vacinação e conscientização da população, além de reforço no monitoramento das fronteiras terrestres do país.
Cenário
O último balanço nacional confirma 159 mortes e 4579 casos confirmados de contaminação por coronavírus. No levantamento anterior, divulgado no domingo (29), o Brasil tinha 136 mortes e 4.256 casos confirmados de pessoas infectadas.