
Mesmo com autorização para retomar as aulas regulares presenciais na cidade de São Paulo a partir desta quarta (7), 90% das faculdades e universidades preferiram continuar com as atividades a distância até o fim do ano. A estimativa foi realizada pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp) e divulgada pela Folha de S. Paulo.
As três universidades públicas estaduais (USP, Unesp e Unicamp) e a federal Unifesp também decidiram pelo não retomo das aulas regulares. Apenas as atividades presenciais para disciplinas práticas retornaram.
No entanto, as aulas práticas foram liberadas pelo governador João Doria (PSDB) em julho. A medida tinha como maior objetivo as aulas de cursos da área da saúde, como medicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia e odontologia.
Na visão do diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, as universidades tinham muita pressa para que as atividades práticas fossem liberadas, mas não há a mesma urgência para as demais atividades. Segundo ele, muitos alunos retornaram às suas cidades de origem ou preferem continuar estudando em casa para evitar grandes deslocamentos para chegar à faculdade.
“As aulas remotas, mesmo que apresentem problemas, estão funcionando. Os próprios alunos não querem retornar ao presencial agora”, diz.
Crise nas faculdades particulares
As faculdades particulares investiram em tecnologia para continuar com as atividades online e preferiram manter o modelo por mais dois meses, até o fim do ano letivo, para depois pensar nas adaptações físicas para a volta.
O setor diz enfrentar uma das mais graves crises. Projeção do Semesp é de que, neste ano, as faculdades particulares do país percam 7,6% das matriculas. O ensino superior privado é responsável por 75% dos 8,4 milhões de matrículas nessa etapa.
Com informações da Folha de S. Paulo